Laudo não encontra indícios de agrotóxico perto de condomínio em Dourados
Análise foi pedida pelo promotor Amílcar Araújo Carneiro Júnior, da 11ª Promotoria de Justiça do município
Perícia feita em área de plantio de milho, ao lado do Residencial Monte Carlo, em Dourados, concluiu que não há resíduos de agrotóxicos no solo a menos de 200 metros das casas. O caso é investigado pela 11ª Promotoria de Justiça no município, que recebeu denúncia anônima sobre possível uso irregular de pesticidas na lavoura.
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Perícia realizada em plantação de milho próxima ao Residencial Monte Carlo, em Dourados, não encontrou resíduos de agrotóxicos no solo a menos de 200 metros das residências. A investigação foi conduzida pela 11ª Promotoria de Justiça após denúncia anônima sobre possível uso irregular de pesticidas. O proprietário da fazenda, Allan Christian Kruger, afirma ter substituído defensivos químicos por produtos biológicos após ser notificado sobre a Lei Verde de Dourados, que proíbe aplicação de agrotóxicos próximo a áreas habitadas. A área de cultivo de milho e soja passou recentemente a integrar o perímetro urbano da cidade.
O laudo foi emitido pela Coordenadoria-Geral de Perícias, que analisou amostras coletadas nos imóveis rurais Fazenda Parte Remanescente II e Estância Parque dos Eucaliptos, na rodovia MS-162 e na Avenida Guaicurus, próximas à Rua Elpídio Júnior Rubin Stefanello.
As amostras foram submetidas a exames no Instituto de Análises Laboratoriais Forenses, em Campo Grande, por cromatografia gasosa e espectrometria de massas. O resultado apontou ausência de substâncias de interesse toxicológico. A perícia foi requisitada pelo promotor Amílcar Araújo Carneiro Júnior.
O proprietário da fazenda, Allan Christian Kruger, é alvo do inquérito por suposta infração ao artigo 51 da Lei Complementar nº 440/2022, conhecida como Lei Verde de Dourados, que proíbe aplicação de agrotóxicos em até 200 metros de áreas habitadas, áreas com animais, nascentes ou cursos d’água.
Em entrevista ao Campo Grande News, Kruger disse que desconhecia a norma municipal e que deixou de usar defensivos químicos após ser notificado. “Foi há anos. De lá para cá, eu tenho respeitado a distância de 200 metros e usado biológicos e outras alternativas como a cobertura do solo para não ter plantas daninhas”, afirmou.
Durante a vistoria, peritos encontraram marcas de pulverização, mas o fazendeiro explicou que a mesma máquina usada para químicos é utilizada na aplicação de produtos biológicos. A propriedade cultiva milho e soja, em área que passou a integrar o perímetro urbano de Dourados após expansão recente.
Além do inquérito em andamento, Kruger responde na Justiça Federal por crimes ligados à Fazenda Boa União, em processo que apura tentativa de homicídio, incêndio e racismo contra indígenas guarani-kaiowá em 2019. Questionado, ele não quis comentar essas ações.
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