Idosos são mantidos reféns pelo próprio neto durante surto
Homem, de 39 anos, apresenta comportamentos agressivos frequentemente e família não consegue interná-lo
Cansados de serem feitos reféns pelo próprio neto, dois idosos do Residencial Oliveira II, em Campo Grande, pedem socorro. Nesta terça-feira (30) e quarta-feira (1º), o homem, de 39 anos, em surto, manteve o casal, de 77 e 85 anos, confinado na residência enquanto os ameaçava de morte. A situação mobilizou equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros por mais de quatro horas nos dois dias.
RESUMO
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Idosos são mantidos reféns pelo próprio neto em Campo Grande. O homem, de 39 anos, que sofre de surtos psicóticos e tem histórico de uso de drogas, manteve o casal, de 77 e 85 anos, confinado em casa sob ameaças de morte durante dois dias. A família relata dificuldades para conseguir internação do agressor, que já cumpriu pena por homicídio em Bonito. Os avós, que criaram o neto desde pequeno, enfrentam problemas de saúde - ela faz tratamento contra câncer e ele tem Alzheimer. Apesar de pedidos ao Ministério Público, a internação compulsória ainda não foi efetivada.
Segundo familiares, o homem sofre de surtos psicóticos frequentes e tem histórico de uso de drogas e medicamentos de forma indevida. Ele já foi preso em Bonito após matar uma pessoa durante um surto e cumpriu quatro anos de pena. Também chegou a ser detido em Campo Grande, mas após um período de estabilidade voltou a apresentar comportamento agressivo.
A casa onde os idosos moram tem dois andares. Uma vizinha, que presenciou a cena nesta quarta-feira, contou que ouviu gritos e chamou a polícia. Cinco viaturas da PM (Polícia Militar) e do Corpo de Bombeiros foram mobilizadas. O homem acabou contido no segundo andar da residência, amarrado do lado de fora até a chegada das equipes de saúde.
A prima do homem, de 37 anos, relatou ao Campo Grande News que os surtos ocorrem de forma recorrente e que a família não consegue interná-lo. “Ele foi criado pelos meus avós desde pequeno, porque a mãe faleceu. A minha avó faz tratamento paliativo contra o câncer e meu avô tem Alzheimer. Eles não têm condições físicas nem financeiras para lidar com isso. Já tentamos todos os tipos de internação, clínica, hospital psiquiátrico, mas não aceitam pelo histórico agressivo dele”, disse.
De acordo com a prima, durante os episódios o homem quebra objetos, ameaça parentes e vizinhos e já chegou a beijar a avó à força. “A gente tenta de tudo, mas ou ele foge ou é liberado. É muito forte, agressivo e viciado. Temos medo pela vida dos meus avós”, desabafou.
O familiar contou ainda que existem pedidos no MP (Ministério Público) e laudos médicos para internação compulsória, mas até agora a medida não foi efetivada. “Ontem o levaram para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida e, poucas horas depois, ele já estava de volta no portão de casa. Hoje a situação foi ainda pior”, disse.
Para tentar se proteger, a família instalou grades na residência, mas vive dividida entre mantê-lo dentro de casa - colocando os idosos em risco - ou expulsá-lo, temendo pela segurança dos vizinhos. “Estamos pedindo socorro, não só ajuda. Não sabemos mais o que fazer”, reforçou.
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