"Medo constante", diz professora esfaqueada pelo ex que segue foragido
Vítima de oito facadas disse que foi procurada por Vilmar Meza, dias depois do crime
Uma semana depois de sobreviver a uma tentativa de feminicídio provocada por seu ex-companheiro, que a golpeou oito vezes com um facão, a professora de São Gabriel do Oeste, Indiamara Vendrusculo, 44 anos, revelou o medo constante que vive com a alta hospitalar, uma vez que o autor do crime segue foragido.
Em entrevista ao Campo Grande News, ela compartilhou sua versão sobre o ataque brutal e o receio de denunciar a violência doméstica, destacando o silêncio de muitas mulheres em situações similares.
O crime ocorreu no dia 14 de abril, quando Vilmar Meza da Silva, ex-marido de Indiamara, chegou à sua residência sem aviso prévio. Por volta das 11h40, ele iniciou uma discussão e, em seguida, atacou a vítima com uma faca.
Indiamara, que estava cuidando do filho de 9 anos e se preparando para o trabalho, relatou que, embora não esperasse o ataque, percebeu que o comportamento do ex-marido estava diferente antes de ele começar a provocá-la.
"Eu não pensei que ele tivesse alguma intenção. Porém, em dado momento percebi que o olhar dele tinha algo de anormal", contou Indiamara, que ainda tentou se afastar da situação. No entanto, a agressão foi imediata. Vilmar golpeou-a diversas vezes, sempre olhando nos seus olhos.
"Eu rezava, ‘Deus, não me deixe morrer’", relembra. Durante o ataque, a professora se fingiu de morta, esperando que o agressor fosse embora, o que aconteceu pouco depois.
Indiamara, então, conseguiu pedir ajuda a uma vizinha, que acionou o Samu. Porém, devido à gravidade dos ferimentos e à demora na chegada da ambulância, ela optou por dirigir até o hospital de São Gabriel do Oeste, onde foi atendida após sofrer danos em órgãos vitais. Ela contou ainda que, apesar de Vilmar ter demonstrado arrependimento, não acredita em suas desculpas. “Ele dizia me amar e me golpeou. Não tem como acreditar.”

Com o agressor foragido e a sensação de insegurança permanente, Indiamara vive em constante temor. "Estou indo de casa em casa, não me sinto segura. Ele ainda está solto", relatou, acrescentando que, além do medo, enfrenta dificuldades financeiras, precisando do apoio de amigos para custear seus gastos. “Estou vivendo de rifas para ajudar nas despesas. Até a lavagem do carro ensanguentado custou R$ 650.”
Conforme já antecipado pela reportagem, Vilmar tem uma longa ficha criminal e passagens por violência doméstica. Mesmo após o crime brutal, segue foragido e não foi localizado pela polícia. Indiamara cobrou uma resposta rápida das autoridades. “Se eu tivesse morrido, ele já teria sido preso. Eu preciso de uma resposta agora. Estou vivendo entre a vida e a morte.”
As investigações continuam, mas a professora segue sem poder descansar, sem saber quando a justiça será feita. Ela deixou claro que, apesar de Vilmar ter pedido desculpas, ela não acredita na sinceridade do arrependimento. "Ele mandou mensagens para familiares, pedindo desculpa, mas não tem como acreditar", finaliza a professora.
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