Serpentes resgatadas até de circo são embaixadoras ambientais do Dia da Cobra
Bioparque Pantanal prepara programação especial para celebrar os répteis abrigados no espaço

Três serpentes resgatadas de situações de risco, duas delas usadas ilegalmente em circos no interior de Mato Grosso do Sul, ganharam nova função no Bioparque Pantanal, em Campo Grande. Em vez de espetáculo, hoje protagonizam ações de educação ambiental voltadas ao combate do tráfico de animais e à valorização da fauna silvestre.
RESUMO
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Três serpentes resgatadas de situações de maus-tratos, incluindo circos ilegais em Mato Grosso do Sul, tornaram-se símbolos de conservação no Bioparque Pantanal, em Campo Grande. Em vez de atrações de espetáculos, elas protagonizam ações educativas sobre tráfico de animais e valorização da fauna. No Dia Mundial da Cobra, o Bioparque promove atividades para contar suas histórias. Entre elas, a jiboia Rachel Carson, resgatada de um circo em Amambai, perdeu seus instintos devido ao contato humano e agora atua como "embaixadora" da conservação. A píton albina Capitu, também resgatada em Amambai, é exótica à fauna brasileira e vive em um ambiente que simula seu habitat natural. Já a sucuri Gaby Amarantos, vinda do Pará, passou por um processo de adaptação no Bioparque. O local busca conscientizar o público sobre a importância das serpentes no ecossistema.
Em alusão ao Dia Mundial da Cobra, celebrado nesta quarta-feira (16), o Bioparque preparou apresentações com teatro de marionetes e oficinas infantis de reciclagem, nos horários das 9h30 e 15h30, para contar melhor a história de cada uma delas.
Entre as moradoras está a jiboia Rachel Carson, retirada em 2023 de um circo que promovia o espetáculo "Show do Cupido", em Amambai. Durante o número, o artista interagia com o público sem camisa, ao lado da serpente.

O evento chegou a ser apoiado pela prefeitura local, mas foi fechado após denúncias de irregularidades. Rachel perdeu os instintos naturais por conta do contato intenso com humanos e, por isso, não pode mais ser devolvida à natureza.
Hoje, com cerca de 2 metros de comprimento, ela vive em um tanque arborizado, com cascata, toca aquecida, iluminação UVA e UVB e substratos naturais. O recinto, construído com reaproveitamento de resíduos sólidos, foi pensado para oferecer estímulos ambientais e sensoriais. Rachel agora atua como “embaixadora” da conservação, em atividades com visitantes e estudantes.
Outro caso semelhante é o da píton albina Capitu, também resgatada pela Polícia Militar Ambiental em Amambai. De origem asiática, a espécie é considerada exótica e não pertence à fauna brasileira.
A cobra vivia domesticada no mesmo circo e, por ser incapaz de sobreviver sozinha, passou a integrar o plantel do Bioparque em novembro de 2024.
O nome Capitu foi escolhido por meio de enquete pública, com opções inspiradas em personagens da literatura brasileira.
Com 2,5 metros de comprimento e apenas três anos de idade, Capitu pode atingir até 8 metros e viver mais de 30 anos. O recinto que ocupa simula florestas tropicais úmidas, com umidificador, pedra aquecida, vegetação e áreas molhadas.
A terceira moradora é Gaby Amarantos, uma sucuri de 3 metros trazida do Pará. Também resgatada, a serpente passou por adaptação antes de ser considerada estável no Bioparque. Segundo a bióloga Carla Kovalski, que coordena o bem-estar animal no local, os comportamentos naturais da cobra são estimulados constantemente para garantir qualidade de vida.
“Recebemos esses animais com a responsabilidade de oferecer uma vida digna e segura, especialmente para aqueles que não têm mais condições de voltar à natureza”, afirma Maria Fernanda Balestieri, diretora-geral do Bioparque Pantanal.
As serpentes não são apenas atração expositiva. O espaço busca conscientizar o público sobre o papel desses animais no controle de pragas e na manutenção do equilíbrio ecológico.
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