MS recolhe DOF e Batalhão de Choque, mas PM segue protegendo sede de fazenda
“Vamos manter o policiamento até a saída dos produtores”, afirma titular da Sejusp

A Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) recolheu o efetivo do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) do Batalhão de Choque da área de conflito no município de Antônio João.
Mas vai manter o policiamento na sede da Fazenda Barra, onde o indígena Neri Ramos da Silva, de 23 anos, foi morto com tiro na cabeça pela PM (Policia Militar) em 18 de setembro.
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“Agora, com esse acordo no Supremo Tribunal Federal nós vamos manter o policiamento na sede da Fazenda Barra, também com apoio da Força Nacional. Vamos manter o policiamento até a saída dos produtores”, afirma o titular da Sejusp, Antônio Carlos Videira.
O secretário participou de entrevista coletiva nesta sexta-feira (dia 27), ao lado do governador Eduardo Riedel (PSDB), sobre o acordo histórico para indenizar fazendeiros e entrega de 9.317 hectares da área chamada de Nhanderu Marangatu aos guarani kaiowá.
“Tivemos cem policiais nos momentos mais tensos. Contando com o apoio da Força Nacional de Segurança”, diz Videira. Duas esquipes da PM vão fazer a segurança da sede da fazenda, enquanto outras vão revezar com a Força Nacional para patrulhar as estradas.
“Nós estamos atuando desde 23 de setembro do ano passado na área, por conta de uma decisão da Justiça Federal de Ponta Porã. Onde a Polícia Federal disse que não tinha condições e nem atribuições. Estamos garantindo a segurança na sede da Fazenda Barra”, lembra o secretário.
A Fazenda Barra pertence aos pecuaristas Pio Queiroz Silva e Roseli Ruiz, pais da advogada Luana Ruiz Silva, assessora especial da Casa Civil do governo de Mato Grosso do Sul.
Em setembro de 2023, a advogada que atua em nome dos pais, entrou com ação de interdito proibitório na 1ª Vara Federal de Ponta Porã. A família Ruiz apontou que a terra estava na iminência de sofrer turbação (ação que impede ou dificulta o controle e o uso do bem pelo seu dono) pelos indígenas e solicitou que a posse da área fosse garantida pela PF (Polícia Federal).
O documento relatou que em 24 de setembro de 2023 houve invasão da Fazenda Morro Alto, e três dias após, outro subgrupo invadiu a Fazenda Fronteira. A promessa era que a próxima invasão fosse na Fazenda Barra, imóvel rural sob a posse de Pio e Roseli Ruiz.
O pedido foi negado em 27 de setembro pelo juiz federal Ricardo Duarte Ferreira Figueira. Porém, dois dias depois, em 29 de setembro de 2023, o mesmo juiz ordenou que as forças de segurança fossem proteger o local.
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