Vítima de feminicídio foi morta por jovem que a culpava por separação dos pais
William Megaioli Ebbing se apresentou na delegacia e entregou à polícia a arma utilizada no crime
A morte de Simone da Silva, de 35 anos, foi marcada por uma briga familiar envolvendo seu companheiro e o filho dele, William Megaioli Ebbing, 22, suspeito do crime. A vítima foi assassinada a tiros na casa onde morava, nesta quarta-feira (14), em Itaquiraí, a 405 quilômetros de Campo Grande.
RESUMO
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Jovem mata amante do pai após anos de violência doméstica em Itaquiraí (MS). William Megaioli Ebbing, de 22 anos, confessou ter assassinado Simone da Silva, de 35 anos, a tiros. A mãe do suspeito relatou histórico de agressões e pressão psicológica por parte do marido contra ela e o filho. O crime ocorreu após o pai de William, que mantinha um relacionamento com a vítima há dois anos, chegar em casa embriagado e efetuar um disparo para o alto. O filho escondeu a arma do pai, mas na manhã seguinte, após nova discussão, cometeu o crime. O pai de William também foi preso e a mãe solicitou medida protetiva.
Conforme relatado pela mãe de William, ao Campo Grande News, seu esposo mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, mesmo sem se separar oficialmente dela. Ela afirma que o filho foi levado ao limite após anos de violência doméstica e pressões psicológicas por parte do pai.
“Ele batia no meu filho, humilhava com palavras, dizia coisas horríveis. Isso vinha acontecendo há muito tempo. Meu filho não aguentou mais”, relatou, pedindo para não ser identificada. Segundo ela, o relacionamento entre o marido e Simone teria começado há cerca de dois anos e, desde então, a família vivia em clima de constante conflito.
A mãe de William afirma que o marido, além de agredi-la, planejava substituir sua presença na padaria da família por Simone. Na versão da mulher, “ele queria colocar ela no nosso comércio, no meu lugar. Me batia, me ameaçava. E meu filho viu tudo isso. Ele tomou minhas dores".
Na véspera do crime, o pai teria chegado em casa embriagado, portando a arma que depois seria usada no assassinato. Ainda segundo a mulher, ele chegou a disparar para o alto. “Meu filho pediu a arma, mas ele não quis entregar. Depois que ele dormiu, o William escondeu a arma. Ele me disse: ‘Vou esconder, senão o pai mata a gente’".
Na manhã do crime, a tensão voltou. O homem recomeçou a beber e, durante mais uma discussão, William teria perdido o controle. “Ele falou: ‘É por causa daquela mulher que você está fazendo isso tudo. Eu vou matar ela.’ Eu tentei impedir, mas ele saiu e fez o que fez”, contou.
De acordo com o boletim de ocorrência, o feminicídio aconteceu na casa de Simone. O filho mais velho dela, um adolescente de 14 anos, acionou a polícia após presenciar os disparos. Ele usou o celular da mãe para pedir ajuda a uma tia.
William fugiu do local, mas se entregou na 1ª Delegacia de Polícia de Naviraí ainda na manhã do crime, acompanhado de sua advogada. O revólver calibre .38, com duas munições deflagradas, foi entregue às autoridades. O caso foi registrado como feminicídio com agravante e porte ilegal de arma de fogo.
O pai do suspeito também foi preso. A esposa dele, mãe de William, solicitou medida protetiva após alegar que também foi agredida e ameaçada pelo marido.
Simone passa a integrar a estatística de feminicídios em Mato Grosso do Sul, que já registra dez casos apenas neste ano. A vítima anterior, Thácia Paula Ramos, foi assassinada quatro dias antes.
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