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Em Pauta

O morador de rua e a história do outro Santo Antônio, o eremita

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 09/11/2025 07:00
O morador de rua e a história do outro Santo Antônio, o eremita

Em nome da eliminação de uma planta invasora, ele, que vivia há vinte anos em um diminuto terreno próximo à Câmara de Vereadores, foi expulso pela guarda da prefeitura. Durante esse longo tempo, os ignóbeis edis o viam diariamente, mas não o enxergavam. Era um eremita, um homem da longa linhagem dos que resolveram isolar-se da sociedade. Seus motivos eram religiosos ou frutos de traumas psiquiátricos. O nascedouro desse isolamento radical se dá com um Santo Antônio pouco conhecido dos campo-grandenses, o do Egito, e não o português que fez fama na Pádua italiana, o evocado para reencontrar uma carteira perdida e para conseguir casamento. Atualmente cultuado por ser o primeiro a mostrar que o ascetismo é a garantia de uma vida longa.


O morador de rua e a história do outro Santo Antônio, o eremita

Santo Antônio, o Grande.

Santo Antônio, o Grande, também conhecido como Santo Antônio, o Egípcio, o primeiro monge da história, o eremita do deserto, aquele representado sempre com seu porquinho com sinos no pescoço, que por volta de 250 anos depois de Cristo, tudo abandonou para viver no deserto. Jovem rico, cujos pais morreram quando ele tinha 18 anos, deixou a fortuna para sua irmã, a fim de partir para o deserto. “Se quiser se aproximar da perfeição, venda tudo que possui, dê aos pobres e siga-me”, diz o Evangelho. Foi seu guia.


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Atormentado pela virilidade, jejuava.

Sua virilidade o atormentava. Através da penitência e do jejum, ele superou esses momentos difíceis. Foi morar em uma pequena gruta, um antigo sepulcro escavado à época dos faraós, a fim de domesticar seu corpo. A cada seis meses, alguém lhe levava farinha, sal, tâmaras e água. Eram os únicos alimentos que ele aceitava comer, com longos intervalos de jejum e intensas orações.


O morador de rua e a história do outro Santo Antônio, o eremita

Vinte anos no deserto.

Penetrou ainda mais profundamente no deserto. Encontrou uma construção, um antigo forte, na margem do Nilo, onde se instalou por vinte anos. Lá, também, vinham alimentá-lo a cada seis meses. Mas sua reputação de santo homem num combate épico contra o demônio havia se difundido. Muitos queriam visitá-lo, mas, não podendo atravessar as muralhas de seu refúgio, ficavam do lado de fora, atentos aos urros dos combates que vinham do interior. Foi preciso uma perseguição aos cristãos para que ele voltasse a uma efêmera e derrotada vida citadina para ajudar seus irmãos religiosos.


O morador de rua e a história do outro Santo Antônio, o eremita

O deserto encheu-se de gente.

Sob sua influência, o deserto se transformou numa verdadeira colmeia, povoado por uma infinidade de monges que desejavam se tornarem alunos do mestre Antônio. Monastérios foram criados, com igrejas, onde os homens passaram a vida a cantar os salmos, meditar, jejuar, rezar e esperar a vida eterna. É por isso que ainda hoje se celebra Santo Antônio como o verdadeiro fundador da vida monástica.

 

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