Passo a passo para estudar leilões com consciência
Antes de arrematar um bem, é preciso arrematar o conhecimento. Leilão não começa no lance. Começa no saber — e saber é poder.
Compreender a engrenagem por trás de cada arremate é o que elimina o impulso e traz o entendimento. É isso que te leva à próxima etapa:
1. Entenda o que é um leilão — e o que não é
Leilão não é um “desconto mágico”. É uma forma legal de alienar bens, ou seja, transferir propriedade por meio de venda pública.
E mais importante que entender o valor do bem, é entender por que ele está sendo leiloado. É isso que te leva à próxima etapa:
2. Conheça os tipos de leilão
Você vai se deparar com termos como judicial, extrajudicial, venda direta, venda por proposta ou licitação pública.
- Judiciais: acontecem dentro de um processo, com decisão do juiz.
- Extrajudiciais: decorrem de contratos — como no caso de veículos alienados.
- Venda direta ou proposta: quando você envia uma oferta pelo sistema (como na CEF).
Cada um tem uma lógica distinta. E cada lógica exige uma forma diferente de análise.
3. Escolha os canais certos — e fuja das armadilhas
O primeiro passo prático é saber onde buscar os editais reais. Sites de leiloeiros oficiais, portais de bancos públicos e plataformas conveniadas são os canais corretos. Evite links de redes sociais, promessas exageradas ou sites com nomes suspeitos.
Valide sempre se o site do leiloeiro está devidamente cadastrado na Junta Comercial do Estado — esse é o primeiro filtro para identificar quem atua legalmente no setor.
E lembre-se: não existe milagre em leilão. Se parecer bom demais pra ser verdade, provavelmente não é.
4. Leia o edital como quem lê um contrato
O edital é a lei do leilão. Tudo que você precisa saber está lá: tipo de bem, condição, forma de pagamento, taxas, comissão, prazos, restrições, responsabilidades. Leia tudo com atenção, sem pular linha. O edital é o que define o jogo — e o que protege (ou não) o arrematante.
5. Analise o bem com o pé no chão
Se for imóvel:
- Verifique matrícula atualizada, ocupação, dívidas condominiais, IPTU.
- E verifique quais dívidas sub-rogam e quais não.
- Avalie a liquidez da região e as dificuldades para desocupação, se for o caso.
6. Defina seu teto antes de dar o lance
Não vá para o leilão com “vontade de ganhar”. Vá com critérios. Estabeleça um teto com base no valor de mercado menos os custos e riscos que o bem exige.
Leilão não é só sobre quanto você quer pagar. É sobre quanto vale a pena pagar, considerando o todo.
7. Fique atento ao pós-leilão — é aí que o jogo muda
Mesmo após o arremate, há etapas importantes. Documentação, quitação, regularização, entrega.
E cada tipo de leilão terá um procedimento diferente. Em alguns casos, convênios como o firmado entre o TJMS e o DETRAN-MS possibilitam um fluxo mais célere na alienação de veículos com restrição judicial (RENAJUD). Referência nacional, o modelo é considerado uma inovação, com respaldo legal e baseado em interpretação legislativa que traz eficiência e segurança jurídica ao desembaraço documental.
8. Aprofunde-se no tema e na jurisprudência
Leilão é um campo multidisciplinar. Envolve direito civil, processual, tributário, registral, administrativo — e também mercado.
Quanto mais você estuda, mais você entende os detalhes que fazem diferença entre uma boa compra e uma dor de cabeça.
9. Aprenda com quem opera — e não só com quem ensina
A melhor fonte de conhecimento está em quem vive o setor: leiloeiros, advogados especializados, servidores, arrematantes experientes.
Troque, pergunte, acompanhe. Você vai perceber que o mercado é vivo, e que cada caso ensina algo novo.
10. Escolha com consciência: o leilão é público — mas a decisão é sua
Não se apresse. Entender o sistema é o verdadeiro início.
Evite atalhos, fórmulas prontas ou empolgação. A sabedoria em leilão é paciente e muito mais lucrativa que o impulso.
Sua dúvida pode ser pauta da próxima coluna, envie e-mail para: contato@bidchain.com.br