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Economia

Nem agro e nem indústria, serviços representam 60% do PIB de MS

Priscilla Peres | 11/10/2016 07:12
O PIB estadual é composto 60,09% pelos Serviços, 22,16% pela Indústria e 17,75% referente ao agronegócio. (Foto: Alcides Neto)
O PIB estadual é composto 60,09% pelos Serviços, 22,16% pela Indústria e 17,75% referente ao agronegócio. (Foto: Alcides Neto)

O setor de Serviços é responsável por 60% do PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul, além de ser o que mais emprega. Diferente do que pode parecer, Indústria e Agopecuária aparecem em segundo e terceiro, respectivamente, na economia local.

Dados do governo do Estado mostram que o PIB é composto 60,09% pelos Serviços, 22,16% pela Indústria e 17,75% referente ao agronegócio. Os números mostram claramente, que são os pequenos empreendedores os responsáveis por "girar a roda da economia".

O setor também é o que mais gera emprego, sendo que 69,87% dos trabalhadores do Estado estão em empresas do setor terciário. A indústria emprega 19,40% e a agropecuária, apenas 10,74% do total da mão de obra.

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck fala sobre a importância do setor para o Estado.(Foto: Semade)
Secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck fala sobre a importância do setor para o Estado.(Foto: Semade)

Mas o quem está no setor de Serviços? São pequenas empresas em todo o Estado, especializadas em oferecer soluções para problemas. Do pedreiro à empresa de estruturas metálicas, todas são classificadas neste setor, também formado por Meis (Micro empreendedor individual) e optantes do Simples Nacional.

"São os Serviços que movimentam nossa economia, onde estão concentradas as micro e pequenas empresas. É neste setor que está o maior índice de informalidade, mas são os que mais colocam gente para trabalhar", afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico de MS, Jaime Verruck.

Dados da Receita Federal mostram que o Estado fechou 2015 com mais de 137 mil empresas optantes do Simples Nacional, regime tributário que beneficia empresas com baixo faturamento. O número estadual cresceu 30% em um ano, sendo que em 2014 eram 105 mil empresas.

Mato Grosso do Sul tem outros 92 mil empreendedores individuais. Pessoas que saíram da informalidade e hoje podem trabalhar como empresa, emitindo nota fiscal e prestando serviços para indústrias. Entre 2014 e 2016, o número de inscritos nesta categoria cresceu 32%.

Espaço foi criado pelo Sebrae para fomentar o desenvolvimento de Startups. (Foto: LivingLab)
Espaço foi criado pelo Sebrae para fomentar o desenvolvimento de Startups. (Foto: LivingLab)

Segmento - Apesar de extremamente abrangente, o secretário Jaime Verruck explica que o setor é muito pulverizado, o que da a impressão de não ter tanto impacto na economia local. "O setor é forte por proporcionalidade, extremamente gerador de impostos e por isso, o que salva as prefeituras menores", diz.

Diferente dos produtos da agricultura, por exemplo, os serviços têm um grande valor agregado. Porém, Jaime ressalta que a visão de proporcionalidades da economia estadual parece uma economia moderna, como de grandes cidades, onde o setor de serviços é forte.

"A tendência do mundo é ter o setor de serviços como principal, mas em MS não é verdade como parece. Não é nessa dimensão das grandes economias", afirma. Seu adjunto, Ricardo Sena explica.

"Os serviços daqui são pertencentes a cadeias auxiliares a outras cadeias, não são a mola propulsora".

Para expandir e se solidificar, o setor precisa crescer adotando postura mais independente em relação a outras cadeias. "Nós não temos um setor capaz de trazer, por si só, um encadeamento produtivo próprio. Mas nós temos hoje, uma preocupação de tentar estimular por meio das nossas políticas , os negócios de base tecnológica, as Startups".

Empresa de Três Lagoas já chegou a empregar 120 trabalhadores.(Foto: Divulgação)
Empresa de Três Lagoas já chegou a empregar 120 trabalhadores.(Foto: Divulgação)

Demanda - Para a secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, ainda existe uma deficiência em serviços porque as empresas são pequenas, muitas não estão capacitadas para atender grande indústrias, por exemplo.

Foi ao descobrir esse nicho de mercado, que o empresário Fabrício de Moura Gomes conseguiu crescer e expandir a Roomtek, empresa que presta serviço de fabricação e montagem eletromecânica. A empresa tem sede em Três Lagoas - distante 338 km de Campo Grande, e é especializada no setor de papel e celulose.

A empresa nasceu em 2007 passou por várias dificuldade até que, em 2009, Fabrício viu que a cidade estava em crescimento e decidiu se mudar para lá e cuidar de perto da Roomtek. Mesmo sem entender de estruturas metálicas, já que era da área de entretenimento, Fabrício conta que viu ali a oportunidade de crescer.

"A cidade estava em crescimento, vieram muitas indústrias para cá e eu entrei nesse mercado. Me credenciei para atender multinacionais e o serviço só cresceu, por elas precisavam e aqui não tinha fornecedor suficiente, então as indústrias começaram a me pedir serviços que nem eram meus", conta.

A empresa que começou com quatro funcionário chegou ao pico de empregar 120 pessoas entre 2012 e 2013. Como contrata e dispensa pessoas conforme a demanda de serviços, neste ano tem 60 trabalhadores em seu quadro de pessoal.

Para ele, que acredita na insuficiência de serviço para atender a demanda da região, o que falta é incentivo para as pequenas empresas. "Quando você deixa de ser Simples e passa a ser pequena empresa a carga tributária é muito grande, poucas sobrevivem. É preciso uma escala de tributação, algo que não onere tanto o empresário e o incentive a querer crescer".

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