Com 49 votos contrários à suspensão, UFMS mantém calendário acadêmico
Movimento paredista dos docentes da universidade ultrapassa os 40 dias; técnicos estão em greve há 90 dias
O COUN (Conselho Universitário) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) deliberou pela manutenção do calendário acadêmico nesta quarta-feira (12). A decisão foi feita por 62 conselheiros, em que 49 votaram contra a suspensão.
Na instituição, técnico-administrativos e docentes estão em greve. O movimento paredista dos professores ultrapassa os 40 dias, enquanto que o de técnicos alcançou os 90 dias hoje. A solicitação sobre a suspensão do calendário acadêmico havia sido feita pela Adufms (Seção Sindical Andes - SN) por diversas vezes, no intuito de mitigar os danos de aprendizagem aos acadêmicos.
A categoria reivindica a recomposição do orçamento das universidades federais, recomposição salarial, equiparação de benefícios aos recebidos pelos servidores dos demais poderes, retirada da reforma administrativa, reestruturação da carreira.
Representando a Adufms, Waldson Luciano, apresentou um panorama da greve docente federal. "Até o momento, 65 universidades e institutos federais, envolvendo docentes e técnico-administrativos deliberaram por utilizar do direito constitucional a greve", comentou.
Os docentes solicitam o reajuste salarial de 3,69% em agosto de 2024, 9% em janeiro de 2025, e 5,16% em maio de 2026. A última proposta do Governo Federal era de 0% para 2024, 9% para 2025, e 3,5% para 2026. Uma nova reunião de negociação, sobre a demanda dos docentes, foi marcada para 14 de junho no MEC (Ministério da Educação).
Histórico - Desde 2015 a UFMS "não para". Naquele ano, a paralisação começou em 15 de junho e seguiu até 14 de outubro, com 4 meses sem aulas. A anterior, em 2012, durou 90 dias.
Desta vez, os professores reivindicam reajuste salarial de 22,71%, em três parcelas anuais de 7,06% cada, começando em 2024. Já os técnico-administrativos cobram 34%, também dividido até 2026 e já estão parados desde março. A União apresentou contraproposta de reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Mas a categoria não abre mão de percentual já em 2024, porque também contemplaria os aposentados.
Outro pedido que emperra as negociações é a equiparação do auxílio-alimentação aos valores pagos ao Legislativo e Judiciário federais. "Enquanto os professores ganharam R$ 1 mil com aumento proposto agora pelo governo, os dois poderes já pagam cerca de R$ 4 mil. A diferença é discrepante", reforçou a presidente da Adufms.
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