Vestígios da 14 de Julho são homenagem em fachada
Na entrada da mostra Morar Mais por Menos, a homenagem à revitalização do centro de Campo Grande já é um agrado à autoestima da cidade. Os ladrilhos, que ainda hoje são vistos em alguns pontos na calçada da rua 14 de Julho, forram de cinza o chão de quem chega.
Na parede, mais ladrilhos hidráulicos, coloridos, iguais aos que ficavam no interior de lojas e residências daquela Campo Grande. Fotos enormes são de um tempo sem muita correria, quando os prédios que começaram a construir a região ainda apareciam vistosos. Época do Bar Bom Jardim, na 14, entre a Barão e a Dom Aquino, que na década de 30 era um dos mais vivos da cidade.
Hoje não há quase nada, só a lembrança que levou o arquiteto Ângelo Arruda a desenhar a fachada principal da mostra que será aberta amanhã ao público.
O portão de acesso, feito de ferro, tem o símbolo da NOB, Noroeste do Brasil, a ferrovia que trazia os aventureiros para este canto do país. “Era por ali que todo mundo entrava na cidade, por isso trouxemos essa lembrança à mostra”, justifica o arquiteto.
Na saída, mais uma referência apagada da memória da maioria. Outro portão de ferro lembra que durante décadas um portal semelhante ficava onde hoje está a avenida Bandeirantes, era a despedida para quem deixava Campo Grande. “O original, era um portão feito pelo alemão Júlio Ditmar”, conta Ângelo.
Réplicas das luminárias daquela época também foram reproduzidas, em tamanho menor. À noite, serão acionadas, para garantir luza ao bar que será instalado na calçada, para quem quiser terminar o dia no clima de boteco.
Para explicar cada detalhe, Ângelo até reproduziu uma edição do Jornal do Comércio de Campo Grande, com data de outubro de 1930, onde fala da “Rua Principal” e relaciona as lojas que há 80 anos funcionavam na 14 de Julho.