Com ingressos esgotados, concurso elege melhores dançarinos de K-pop
Competição aconteceu nas modalidades solo e em grupo e reuniu mais de 60 dançarinos
Em um fim de semana de muita sincronia e paixão, a cultura K-pop tomou o palco do Teatro José Octávio Guizzo, em Campo Grande, e provou que em Mato Grosso do Sul, dançar ao som dos ídolos coreanos vai muito além do entretenimento.
O evento “Wyn”, idealizado por três grupos tradicionais da cena local, Winter, New e YP, lotou o teatro com um concurso de dança inédito na cidade, que premiou os melhores dançarinos de K-pop nas categorias solo e em grupo.
Com ingressos esgotados e mais de 60 competidores entre coreografias individuais e coletivas, o evento foi, nas palavras da organizadora Giulianne de Mattos, “um ato de resistência”.
“Campo Grande ainda é muito carente de eventos voltados exclusivamente para o público do K-pop. Já participamos de vários, mas sempre como atração secundária. Dessa vez, o foco era a gente. O palco era nosso”, destaca Giulianne, que também integra o grupo Winter e atua há seis anos na comunidade K-pop da Capital.
A competição aconteceu nas modalidades solo e em grupo. Após uma primeira seleção feita por vídeo, com audições avaliadas por uma banca técnica independente, dez solistas e oito grupos foram escolhidos para a etapa presencial. No palco, cada apresentação foi julgada pela fidelidade à coreografia original dos grupos sul-coreanos.
“O K-pop é muito diverso. A gente dança dancehall, vogue, street. Mas a proposta do nosso evento era o dance cover, então os critérios foram bem específicos”, explica Giulianne.
Além de troféus, os primeiros colocados em cada categoria receberam prêmios em dinheiro. Mas, segundo a organizadora, a maior recompensa foi poder viver uma experiência que valoriza, de fato, quem dança. “É uma comunidade onde a maioria faz tudo por amor. A gente não ganha nada, a não ser alegria. E isso já é muito”, completa.
E se engana quem pensa que o fenômeno sul-coreano é só uma moda passageira. Em Campo Grande, ele tem se firmado como um espaço de acolhimento, criatividade e resistência cultural.
“A cena do K-pop aqui é muito unida. É feita de amizades reais, de gente que compartilha o mesmo sonho, que ensaia junto, cai junto e levanta junto. A gente já passou por muita coisa, já foi deixado de lado em vários eventos, então criar o Wyn foi uma resposta de que nós estamos aqui”, reforça Giulianne.
Com a lotação do teatro esgotada, o evento também chamou atenção de outros organizadores culturais da cidade. “Foi muito simbólico ver essas pessoas lá, assistindo, entendendo como nossa comunidade quer e merece ser tratada”, comenta.
O Wyn mostrou o potencial que a cultura pop coreana tem de movimentar públicos, criar redes de apoio e oferecer uma plataforma de expressão para jovens artistas em Mato Grosso do Sul. “A dança K-pop é sobre encontrar um lugar no mundo. É onde cada um pode se expressar como quiser, com liberdade, arte e com verdade”, finaliza Giulianne.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.