Espetáculo infantil de MS leva maracatu e capoeira para o palco
Kalivôno leva cultura popular brasileira para escolas públicas de Campo Grande
Na cena, uma floresta encantada onde o vento dança com as árvores. Uma criança sonha com uma cobra, tropeça em memórias e encontra pelo caminho a avó que conta histórias, a onça guardiã da mata e até o bicho papão,que não dá medo, só provoca imaginação. Esse é o universo de “Kalivôno”, espetáculo de estreia do grupo Renda que Roda, que mergulha na infância com os pés fincados na cultura popular brasileira.
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O nome pode soar estranho, mas a experiência é familiar. Quem já rodou um brinquedo vermelho no pátio da escola, quem já ouviu histórias de assombração antes de dormir ou quem já se viu cercado por uma roda de capoeira vai reconhecer fragmentos de si. “Kalivôno é a criança que somos e um convite para dançar as infâncias e tudo o que as constituem”, diz Gabriela Salvador, diretora do espetáculo ao lado de Tom Conceição.
Na prática, isso significa que danças como maracatu e catira se misturam a gestos cotidianos, sons de flauta e batidas de alfaia, enquanto os intérpretes, artistas formados e estudantes de teatro e dança da UEMS e UFMS, dão corpo a mitologias e memórias que atravessam gerações. É dança, mas também é jogo, conto e rito.
O grupo, ligado à UEMS, nasceu da vontade de estudar as danças populares brasileiras para além da festa, entendendo-as como formas de conhecimento e resistência. E é justamente esse fio que conduz o projeto: levar para dentro das escolas públicas de Campo Grande um espetáculo que fala de ancestralidade, diversidade e brincadeira de um jeito acessível. Além das apresentações, haverá mediação artística e rodas de conversa com professores, propondo diálogos sobre educação ancestral, cultural e antirracista.
A estreia de “Kalivôno” acontece no dia 1º de outubro, às 19h30, na Caixa Preta da UEMS, em um ensaio aberto. Depois, o grupo segue para a Escola Municipal Professora Oliva Enciso (3 e 8 de outubro) e para a Escola Municipal de Educação Infantil Paulino Romeiro Paré (6 de outubro), sempre pela manhã. As rodas de conversa acontecem em 30 de outubro e 19 de novembro.
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