Antes da guerra: os prisioneiros brasileiros em Concepción, no PY
Milhares de sul-mato-grossenses foram aprisionados pelos guaranis durante a guerra. Bem antes dela, todavia, dezenas, talvez centenas, de moradores da região compreendida entre Jardim e Bela Vista também foram levados cativos para Concepción, no Paraguai.
Carlos Lopes, pai de Solano, que odiava o Brasil.
Carlos Antônio Lopes, ditador do Paraguai, era tido como homem de sólida cultura. Mas odiava o Brasil. Entendia que as divisas de seu país com o Mato Grosso do Sul eram demarcadas pelas “águas do rio Santa Maria". Esse rio é um afluente do rio Brilhante, com nascentes em Maracaju e serve de limite entre Maracaju, P.Porã e Dourados. Para o ditador, essa seria a fronteira.
Dois anos de perseguição.
Assim pensando, já no expirar de 1.850, uma força do exercito guarani transpôs o rio Apa, em Bela Vista, e deu inicio a uma sinistra perseguição bélica que durou mais de dois anos. Foi nessa época que o filho do ditador Carlos, Solano, distribui todas essas terras para parentes e filhos de sua bela madame Lynch. Entendiam os guaranis (e muitos deles continuam forçando esse entendimento até hoje) que essas terras seriam deles. Conversa fiada, essas terras eram desabitadas e não pertenciam a nenhum país. As ordens dos chefões paraguaios era de prender a todos brasileiros que encontrassem. É claro que junto com os brasileiros levaram seu gado.
As penas sofridas pelos brasileiros.
Concepción encheu-se de brasileiros. Não sabemos o número nem mesmo com uma aproximação. Mas os documentos falam em “a gran ciudad ficou sua população mesclada devido ao elevado número de prisioneiros brasileiros”. Nessa época, o castigo infringido aos homens brasileiros era de derrubar o mato, plantar e construir ranchos para os paraguaios. As mulheres brasileiras eram obrigadas a “lavar roupa dos paraguaios, matear carne de bicho, cozinhar empaiolar [colocar no paio] mantimentos”. Por sete anos foram mantidos presos em solo paraguaio. Poucos resistiram às perversidades, conseguindo retornar ao Mato Grosso do Sul.
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