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Artes

Inspirada em Ana Castela, Gessiane sonha em ser sertaneja indígena

Na aldeia, o gosto musical não caiu bem, mas ela ignora e coloca o chapéu de boiadeira para cantar nas redes

Por Natália Olliver | 25/11/2025 06:45

Na aldeia de Gessiane Almeida, de 16 anos, o gosto pelo sertanejo não caiu bem. Alguns conhecidos estranharam a escolha musical, outros disseram que não combina com a identidade indígena. Mas, mesmo assim, a jovem não desiste do sonho de ser cantora. Com Ana Castela como inspiração, a menina coloca o chapéu de boiadeira para cantar na internet. Um dos vídeos já bateu 500 mil visualizações.

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Gessiane Almeida, indígena de 16 anos da Aldeia Limão Verde, em Amambai, enfrenta críticas ao seguir carreira no sertanejo. Inspirada por Ana Castela, a jovem já alcançou 500 mil visualizações em um de seus vídeos nas redes sociais, onde usa o lema "da aldeia para o mundo". Nascida na cidade e com pouco domínio do guarani, Gessiane não se deixa abalar pelos comentários negativos. Ela descobriu seu talento durante aulas no quartel e, após conquistar segundo lugar em um festival, decidiu investir em aulas de canto. Seu maior sonho é se tornar cantora profissional e gravar com o músico Loubet.

Apesar das críticas, ela diz não se importar com os comentários maldosos e foca nas coisas boas que escuta por aí. “Sou da Aldeia Limão Verde, em Amambai. Tudo começou em um dia qualquer, em cima de um cavalo. Estava na aula no quartel e não gostava de cantar, mas lá me despertou a vontade. A primeira música que cantei era música da Ana Castela. Agora estou fazendo aula de canto”.

A jovem nasceu e cresceu na cidade, e ressalta que fala muito pouco guarani. O sonho é ser uma cantora profissional e conhecer, além da Ana Castela, o músico Loubet. Quem a ajudou a descobrir a inclinação para o sertanejo foi uma das professoras.

“Participei de um festival e ganhei em 2º lugar. Foi incrível. Aí perdi a minha timidez e estou me esforçando. Quero mostrar minha música da aldeia pro palco. Eu viralizei falando a frase ‘da aldeia para o mundo’, isso chamou atenção das pessoas. Queria ser uma indígena sertaneja”.

Inspirada em Ana Castela, Gessiane sonha em ser sertaneja indígena
Inspirada em Ana Castela, Gessiane sonha em ser sertaneja indígena
Gessiane sonha em ser cantora profissional e cohecer Ana Castela e Loubet (Foto: Arquivo pessoal)

Com a exposição nas redes sociais, vieram as críticas, tentativas de diminuir a estudante e até dúvidas sobre ela não ser indígena. Ela respira fundo e segue. Diz que não vai abrir mão das raízes, mas também não vai desistir de cantar. Considera essa combinação parte de quem está se tornando.

“Estou recebendo muitos 'hates', eles me criticam sem saber da minha história. Eu não tô nem aí. Os indígenas não gostam de sertanejo, mas também não ligo. Não é porque gosto das músicas que vou deixar de ser uma. Perdi muita coisa por ser indígena, sou humilde, mas somos felizes”.

Gessiane conta que nasceu prematura e que se considera uma vitoriosa simplesmente por ter sobrevivido.

“Estou muito feliz. Eu nasci prematura, meus pais eram jovens, meus pais me trouxeram e os médicos acharam que eu iria morrer. Eu digo que, por fé dos meus pais, estou viva. Ainda não ganho dinheiro da música, mas um dia vou ganhar, ter minha casinha. Queria conhecer o Loubet. Meu sonho é gravar com ele”.

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