O que encontramos nas salas do bate-papo do UOL em pleno 2025?
Antes do WhatsApp, do Instagram e até do MSN, havia o Bate-Papo da UOL, o grande ponto de encontro virtual
Antes do WhatsApp, do Instagram e até do MSN, havia o Bate-Papo da UOL, o grande ponto de encontro virtual de uma geração que usava apelos como “quer tc?” para puxar papo com desconhecidos. Era ali que amizades nasciam, paixões surgiam e histórias se desenrolavam em salas temáticas como futebol, namoro, amizade e sexo.
RESUMO
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O Bate-Papo UOL, criado em 1996, continua ativo mesmo após quase três décadas. A plataforma, que marcou época na internet brasileira, passou por modernizações em 2017, incluindo novo visual e aplicativos para dispositivos móveis, mantendo milhões de usuários ativos mensalmente. Embora preserve sua estrutura básica de salas temáticas e conversas anônimas, o serviço apresenta mudanças significativas no perfil dos usuários. As salas, antes dedicadas principalmente a amizades e relacionamentos, agora concentram-se majoritariamente em conteúdo adulto e encontros casuais, mantendo o anonimato como característica principal.
Hoje, décadas depois, esse clássico da internet brasileira ainda existe e, segundo uma “espiadinha” do Lado B, continua com relevância para muitos, embora com outro espírito.
O Bate-Papo da UOL foi criado em 1996, numa época em que a internet discada era realidade para muitos. Para entrar, não era preciso criar um perfil complexo, bastava escolher um apelido, o “nick”, e ingressar na sala desejada.
Com o tempo, surgiram salas temáticas: amizade, namoro, “papo sério”, mas, também, espaços para conversas de teor adulto.
Em 2017, a plataforma foi reformulada e ganhou novo visual e até um app para Android e iOS. No app, há recurso de geolocalização, permitindo que usuários busquem pessoas próximas para conversar, mantendo anonimato e segurança.
Segundo dados mais recentes, o Bate-Papo UOL conta com milhões de usuários ativos por mês. Apesar da nostalgia, nem tudo é como nos tempos de ouro.
O Lado B entrou no Bate-Papo para observar especialmente as salas de Campo Grande. No UOL, as salas são divididas por municípios ou estados, além de temas, o que permite, por exemplo, que pessoas de Campo Grande conversem entre si.
No entanto, o perfil das conversas mudou. Segundo nossa busca, muitas das salas locais migraram para temas mais adultos. Salas que antes eram usadas para amizade ou papo sério, agora concentram-se em propostas de sexo, encontros e relacionamentos casuais.
Durante nossa visita, 15 salas estavam ativas com média de 20 usuários online em cada uma. Entramos em algumas das salas e a maioria dos nomes cadastrados já evidenciaram a intenção dos participantes: “Atv 20 cm”, “Moreno P******”, “H quer”, “Ativo Branquinho”, “GP com Local”, “Dotado Afim” e “Vídeos Proibidos” foram alguns dos “nicks” disponíveis para conversa.
Essa tendência não é inédita. Já em 2017 a própria plataforma observava que as salas abertas eram bastante movimentadas, com muitas propagandas para outros chats, perfis no Skype e pedidos para encontros pagos.
Também há confirmação de que esse conteúdo sexual predomina, algo que até gera desconforto para quem busca apenas uma conversa inocente.
A reportagem tentou conversar com os usuários, mas nenhum continuou o contato após a equipe do Lado B se identificar.
Para alguns, o chat é uma relíquia nostálgica, para outros, um espaço alternativo onde ainda se pode encontrar anonimato, mistério e conexão. Um serviço da internet dos anos 90 sobrevivendo na era dos apps, mas com um público e uma dinâmica muito diferentes dos de antigamente.
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