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Comportamento

Vencer a solidão aos 80: Luzia fez isso do jeito mais simples possível

Costureira perdeu marido há dois anos e viu no grupo uma forma de lidar com o luto

Por Natália Olliver | 17/11/2025 07:22

Há dois anos, a costureira Luzia Estevam Zolezi, de 80 anos, perdeu o marido, Joel Zolezi, e encontrou a solidão. Juntos há 58 anos, ela encarou um projeto que dá ânimo aos idosos de Aparecida do Taboado como forma de lidar com o luto. O que ela não esperava era gostar tanto de se reunir e conhecer novas pessoas.

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Em Aparecida do Taboado, Luzia Estevam Zolezi, costureira de 80 anos, encontrou novo ânimo após a perda do marido através de um projeto social voltado para idosos. As atividades, realizadas no Centro de Referência de Assistência Social, incluem teatro, pintura, artesanato e oficinas de abraços. O programa, conduzido pela psicóloga Sol Flores e pelo ator Giulliano Stucchi, foca no exercício da memória e socialização. Com encontros quinzenais, o projeto ajuda os participantes a lidarem com desafios cotidianos, resgatar lembranças positivas e fortalecer a autoconfiança, beneficiando idosos de diferentes contextos sociais.

São aulas de teatro focadas em memória, pintura e artesanato. As atividades incluem até oficinas de abraços. O intuito é mostrar que eles não estão sozinhos. Ali, os participantes ficam em roda, num grande abraço amigo. As aulas são gratuitas e desenvolvidas no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social).

Luzia se dedicou às máquinas de costura por 40 anos e as atividades fazem ela lembrar o tempo em que exercia a profissão. Vinda de São Paulo, ela chegou a Mato Grosso do Sul em 2021 junto da família.

“As aulas me ajudam bastante após a morte do meu marido. Foi então que eu comecei a frequentar as atividades para sair da solidão. Para mim, foi muito importante: é ótimo estar junto com as amigas da terceira idade. Foi excelente participar das palestras da Sol e dos eventos que eles promovem, palestras que ela realiza para ajudar a nossa mente”.

Vencer a solidão aos 80: Luzia fez isso do jeito mais simples possível
Juntos há 58 anos, Luzia perdeu o marido Joel e encontrou a ajuda em projeto (Foto: Arquivo pessoal)

Entre os conteúdos apresentados, Luzia diz ter aprendido em um vídeo a identificar se está sofrendo abusos tanto físicos quanto psicológicos.

“No caso da pessoa que está depressiva, ela esclarece bem a situação. Me ajudou muito e creio que as outras amigas também tenham recebido ajuda como eu recebi”.

De acordo com ela, são vários tipos de interações no curso. Ela lista a contação de histórias, a pintura, o cinema e o artesanato como atividades que participou durante os 2 anos de projeto. “Ensinaram a fazer bichinhos para deixar a mente mais leve, descontrair. Tem muita coisa interessante”.

Quem comanda as atividades no Cras é a psicóloga Sol Flores junto do ator Giulliano Stucchi. Segundo ele, o foco é o exercício de memória por meio de brincadeiras, jogos e improvisações. Ali não há apresentações teatrais dos idosos, mas sim dinâmicas vindas do teatro que ajudam no dia a dia.

Vencer a solidão aos 80: Luzia fez isso do jeito mais simples possível
Encontros são realizados duas vezes por mês e recebem homens e mulheres

Ele cita situações comuns, como esquecer a chave, deixar o leite ferver ou tomar o mesmo remédio duas vezes. Para muitos idosos, esses lapsos geram frustração e trabalho dobrado. As atividades tentam estimular tanto a memória de curto quanto de longo prazo.

“Resgata as boas lembranças, mostra que tem coisas boas na vida deles também, ajuda elas a lembrarem das partes coloridas. Mostrar que elas são capazes. Muitas conversam umas com as outras e trocam experiências”.

Segundo ele, essas pequenas falhas do dia a dia acabam desgastando emocionalmente. O trabalho busca aliviar essa carga, fortalecer a autoconfiança e mostrar que as boas lembranças também podem ganhar espaço.

Os encontros, realizados duas vezes por mês, recebem homens e mulheres de diferentes contextos, incluindo idosos que vivem em casas de acolhimento. Há também um espaço para lembranças positivas. Em rodas de conversa, participantes relatam histórias da infância, do pai, da mãe e de outras fases da vida.

Vencer a solidão aos 80: Luzia fez isso do jeito mais simples possível
Projeto oferece aulas de teatro focadas em memória, pintura e artesanato

Giulliano observa que, com o tempo, muitos relatam melhora na autoconfiança e no resgate de histórias que achavam esquecidas. É um processo simples no desenho, mas poderoso no efeito, lembrar que ainda há vida, habilidade e memória para ser usada.

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