Brechó com roupas para homens salva quem só acha coisa velha por aí
Brechó com roupas masculinas em bom estado é raridade, e foi nisso que um casal decidiu apostar
Em um cenário onde brechós femininos se multiplicam, mas os masculinos ainda são raridade, um casal decidiu desafiar o mercado e investir na proposta. Há pouco mais de 1 ano, o casal Adriella Rocha e Diego Herradon teve um olhar atento para para uma demanda pouco atendida em Campo Grande e criou um espaço especializado exclusivamente no público masculino.
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“Eu tinha vontade de ver roupas masculinas de brechó, mas por aqui é muito difícil. Quando se encontra, muitas vezes as peças não estão bem cuidadas”, explica Adriella.
Morando por dez anos em São Paulo, o casal já consumia produtos de segunda mão. “A gente sempre gostou de garimpar, não só roupas, mas móveis também. Se fosse para escolher pelo gosto, talvez abrisse um brechó feminino, mas vi a oportunidade no masculino, que é um mercado pouco explorado”, completa.

Antes de abrir o Dom Adelo Moda Circular, Adriella e Diego fizeram pesquisa de campo e buscaram apoio do Sebrae. “Todas as pessoas que a gente entrevistava diziam a mesma coisa, que não encontrava peças masculinas ou, quando encontra, é tudo muito surrado”, lembra.
Para mudar essa realidade, o casal faz a curadoria das peças que revendem. “Nenhuma sai sem ser lavada e revisada. A gente sabe que muitos homens têm esse bloqueio e se pergunta se a roupa está higienizada, se não está rasgada ou manchada. Então esse cuidado é essencial”, afirma Adriella.
Além de preencher uma lacuna no mercado, o brechó também carrega uma bandeira sustentável. “São pequenas ações que ajudam a reduzir o consumo desenfreado e o descarte rápido do fast fashion. A gente tenta colaborar oferecendo roupas que ainda têm muita vida útil”, explica.
Para Diego, o trabalho dos brechós cumpre, inclusive, papel socioambiental, quando recupera peças que poderiam ser descartadas. “Muitas vezes basta um pequeno reparo para que elas encontrem um novo dono”, avalia.
No negócio, ele é responsável pela seleção das peças, com foco em camisas e calças. “Camisetas são mais difíceis de encontrar em boas condições. Já camisas, calças e até blazers têm ótima saída. Buscamos peças em Campo Grande e no Brasil todo”, revela.
Além da atenção aos tecidos, 99% das peças são de algodão ou fibras naturais. A loja trabalha com roupas populares e marcas conhecidas, com preços a partir de R$ 59.
Além da loja física, o casal também leva as peças para as feiras da cidade. “Participamos da Feira Borogodó e da Feira da Paz, e vimos um retorno muito bom. É uma forma de levar nosso trabalho para novos públicos”, comenta Diego.
Para os dois, além de negócio, o brechó é uma forma de oferecer acesso à moda e repensar hábitos de consumo. “Queremos mostrar que roupa usada pode ser estilosa, ter qualidade e ainda contribuir para um consumo mais consciente”, conclui Adriella.
O brechó atende presencialmente aos sábados, das 14h às 18h, na Rua Antônio Carlos Martins, 70, Planalto. Durante a semana, o atendimento é online ou por agendamento após as 18h.
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