Neilce nasceu para vender, mas decidiu dar às mulheres a chance de lucrar mais
Consignação, confiança e liberdade: como Neilce Scalon transformou semijoias em renda e método
Há quem venda brilho. E há quem acenda luz. Neilce Scalon nasceu “dentro de um comércio”, como gosta de dizer, e aprendeu cedo a montar e liderar equipes. Mas foi quando decidiu partilhar o que sabia, e o que tinha, que a história ganhou outra dimensão. “O nosso negócio é consignação”, resume, sem rodeios. Em vez de empurrar estoque, ela empresta mercadoria, treina vendedoras e faz o giro acontecer. “Zero mesmo de investimento. Se não vender, devolve”.
RESUMO
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Neilce Scalon transformou sua experiência no comércio em um modelo de negócio inovador no bairro Coophasul, em Campo Grande. Com um showroom sofisticado, ela oferece consignação de semijoias com garantia vitalícia, permitindo que vendedoras iniciem seus negócios sem investimento inicial. O diferencial do empreendimento está no suporte oferecido às vendedoras, que inclui treinamentos mensais sobre vendas e gestão financeira, além de comissão de 40% sobre as vendas. Com importações trimestrais e catálogos atualizados, o negócio já transformou a vida de diversas mulheres, como uma ex-enfermeira que encontrou melhor renda nas vendas.
O império que ela ergueu fica no bairro Coophasul, ao lado de casa. Ali, Neilce investiu alto em um showroom que parece deslocado de qualquer “salinha” improvisada: iluminação correta, mesas de seleção, vitrine de lançamentos, uma sala de reuniões no mezanino que vira sala de treinamento. “O dono da empresa tem que estar presente. Quando começa a se afastar, as coisas não dão tão certo”, afirma. A decisão de permanecer no bairro, longe dos corredores óbvios do varejo, é parte da tese: proximidade, rotina e olho no detalhe.
A engrenagem começa no cadastro e no horário marcado. Não há varejo de passagem. A candidata senta, conta sua história, fala da clientela, escolhe as peças que fazem sentido. Sai com uma maleta montada, não um saco de retalhos. E com uma regra simples: 40% de comissão e troca mensal para manter a vitrine viva.
O risco? Fica com a dona do negócio. “Eu que deveria ter medo; quem empresta a mercadoria sou eu”, provoca, enquanto os relatórios mostram maletas de R$ 20 mil, R$ 30 mil, R$ 40 mil circulando pela cidade.
A confiança só se sustenta porque há produto e processo. Primeiro, a garantia vitalícia do banho de ouro. “Vitalício mesmo”, insiste. “Se eu não tivesse um banho bom, eu não teria coragem de dar essa garantia.” Depois, a velocidade: importações a cada três meses, catálogos que chegam antes do mercado. “Eu chego antes.” E a personalização: cada vendedora monta a própria maleta, porque ninguém conhece melhor o gosto das clientes do que quem as atende.
O que começou como uma vitrine virou escola. Mensalmente, Neilce reúne pequenos grupos para falar de abordagem, pós-venda e, sobretudo, finanças. “O coração do negócio é o financeiro”, repete, com a convicção de quem já viu lucro virar poeira por falta de método. Ensina a cobrar sem constrangimento, a evitar vender para a “amiga da amiga” sem referência, a criar reserva mesmo com valores modestos. “Problema vai ter; a gente resolve.”
Das histórias que coleciona, algumas viraram caso de estudo. A ex-enfermeira que largou os plantões e encontrou renda melhor na maleta. Os salões de beleza que fizeram da vitrine um caixa paralelo, sem precisar dar um passo fora do ponto. E a jovem que começou aos 17; hoje, com 21, comprou carro e apartamento com o lucro das semijoias. “Eu fico emocionada”, admite. “Não estamos aqui só por nós. Distribuir conhecimento é o propósito.”
Há também o lado miúdo, quase doméstico, que garante a fidelidade da clientela e economiza retrabalho. O manual de conservação é direto: usou, lavou. “Lava com detergente neutro e água corrente, seca bem e só então guarda.” Nada de misturar com bijuteria e prata na mesma latinha, perfume só antes da peça, praia e piscina podem, desde que a peça seja lavada antes de guardar. E, se o banho falhar, a promessa se cumpre: rebanhar, sem culpar a cliente.
Quando o assunto é inadimplência, Neilce troca o glamour pela franqueza. “É a pedra no sapato.” Vai acontecer. A resposta, outra vez, é método: triagem, registro, cobrança com respeito. Dificuldade não é razão para desistir, é matéria-prima para treinamento. Foi assim quando precisou largar a própria carteira de clientes, tomada pela rotina de gestão. “Joguei tudo para elas. A gente tem que dividir conhecimento, não querer tudo para si.”
Em 2026, o plano é simples e ambicioso: dobrar o número de vendedoras, mantendo o padrão de curadoria, reposição e aula. O showroom, diz, está pronto. As coleções, no caminho. E a convocação segue soando como refrão: “Quero você todo mês, não hoje e só no ano que vem.”
Para quem quer começar, o endereço é Rua Mário da Costa Freitas, 107, Coophasul (atendimento com agendamento). (Veja como chegar).
O contato é direto: (67) 99101-5396 (Neilce) e (67) 99844-8200 (Andrea).
O convite, também: “Vamos ganhar dinheiro… com liberdade de tempo e sem estoque travado”, finaliza Neilce.

