Árvore plantada por morador antigo deu nome a nova feira da capital
Com 102 expositores cadastrados, evento chamado de Baobá será realizado todas as sextas-feiras à noite
No Bairro Caiçara, uma árvore de origem africana virou ponto de encontro e símbolo de uma nova tradição para Campo Grande. O pé de Baobá foi plantado duas décadas atrás por seu Manuel, morador veterano que partiu há três meses, mas que cuidou da árvore na praça até seus últimos dias. Agora, a árvore dá mais nova feira da cidade, a Feira Baobá, montada ao redor, reunindo artesanato, gastronomia, brechós, música e diversão.
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A ideia nasceu de forma despretensiosa. Depois de uma festa junina organizada pela Associação de Moradores, veio a vontade de criar algo fixo que movimentasse a região.
“Pensamos primeiro em fazer a festa de Santo Agostinho, mas aí decidimos que seria mais interessante ter uma feira todo mês. O baobá é o nosso símbolo maior, então o nome veio naturalmente”, conta Gilson Martins, presidente da associação. “Quis trazer um gás novo. Tirei os 'velhinhos' todos da cama. Antes, quando escurecia, já estava todo mundo deitado. Agora estão curtindo a feira”, explica.
A ideia é que todas as sextas-feiras do mês, das 18h às 22h, a praça do Caiçara se transforme no ponto de lazer. Ao todo, já estão cadastrados 102 expositores de diversos segmentos. “Tem artesanato, churrasquinho, sobá, pizza, doces, brinquedos, produtos para casa. Tem de tudo um pouquinho", detalha Gilson.
Segundo ele qualquer pessoa da cidade pode participar e expor os produtos, basta se inscrever na associação do bairro.
Entre os moradores, a movimentação trouxe nova energia. Vanirio Carpenedo, o seo Gaúcho, de 75 anos, vive no bairro há mais de três décadas e aprovou a novidade. “Antes, 6, 7 horas da noite eu já botava ia dormir. Agora dá pra vir pra feira. É muito bom, a gente torce para que isso aqui cresça e tenha cada vez mais gente”, comenta.
Para quem expõe, a Feira Baobá também é uma nova oportunidade. Tânia Maria Gonçalves, que montou barraca com macarrão pantaneiro e arroz carreteiro, participou pela primeira vez. “A gente faz várias feiras e está sempre à procura de mais uma. É maravilhoso, tanto para o expositor quanto para o cliente. Criamos amizade, trocamos ideias, e a aceitação é maravilhosa”, pontua.
Especialista em derivados do milho, Liliane Manczur também se encantou com o novo espaço. “É muito bom, porque a gente divulga mais o produto e conhece mais gente. Aqui é gostoso, é muito bom”, diz. No cardápio ela levou pamonha, bolo, suco e até bala baiana de milho.
Para o presidente da Associação de Moradores, a Feira Baobá resgata um hábito antigo que vem ganhando força em Campo Grande, o das feiras de bairro como espaços de convivência. “Nem todo mundo tem condição de sair para longe. Aqui as pessoas se encontram, passeiam, compram e se divertem perto de casa”, resume Gilson.
A Feira Baobá fica na praça do Bairro Caiçara, na Rua Vira Lobos, 15.
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