Vive com raiva e ansiedade? Ficar sem ir ao banheiro pode ser a causa
Especialista conta que 90% do hormônio da "felicidade" é produzido no intestino e que órgão afeta o cérebro
Se você vive com raiva e ansioso, talvez precise investigar se está enfezado, ou seja, cheio de fezes. Pelo menos é o que o especialista Luciano Chaves afirma sobre o poder do intestino em influenciar na saúde mental de alguém quando está desregulado, inflamado ou constipado. Os “sintomas” não significam que seja apenas o acúmulo de cocô, mas podem indicar que você tem outros problemas para resolver com o seu intestino.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
O gastroenterologista Luciano Chaves destaca a forte relação entre saúde intestinal e mental, explicando que 90% da dopamina, hormônio regulador da ansiedade e depressão, é produzida no intestino. O órgão, considerado o segundo cérebro do corpo humano, possui trilhões de neurônios que se conectam ao cérebro através do Sistema Nervoso Entérico. A saúde intestinal pode ser avaliada através das fezes, utilizando a Escala de Bristol. Fezes saudáveis devem ser bem formadas, castanhas e de consistência moderada. Alterações na forma, presença de sangue ou muco podem indicar problemas que requerem avaliação médica, especialmente quando acompanhadas de desconforto emocional.
De cara, os assuntos parecem não ter relação, e muita gente não sabe o que a palavra significa, mas o gastroenterologista pontua que os dois têm tudo a ver. Inclusive, o intestino interfere tanto que não foi à toa ter ganhado o título de segundo cérebro do corpo humano. Tudo começa nele, inclusive hormônios como o da felicidade e do bem-estar.
“Quando uma pessoa está muito estressada, ansiosa ou deprimida, ou não consegue regular as tensões do dia a dia, isso reflete em outro órgão, e o principal deles é o intestino. Se ele não está legal, vai refletir no cérebro, que ficará ansioso e irritado. É uma bola de neve. Tem uma frase que as pessoas não param para pensar, mas quando estão muito irritadas, falam ‘estou enfezado’. E o que é isso? Estar cheio de fezes. Faz todo sentido do porquê uma pessoa com intestino constipado fica tão irritada”.
Segundo ele, é no intestino que acontece 90% da produção de dopamina, hormônio responsável pela regulação da ansiedade e depressão, por exemplo. O intestino é como o cérebro e possui trilhões de neurônios, chamado na medicina de SNE (Sistema Nervoso Entérico).
“Ele tem um sistema nervoso que é só dele, chamado sistema nervoso entérico, diferente do sistema nervoso central. Esses trilhões de neurônios se interligam com os do cérebro, e é por isso que o intestino é um órgão tão poderoso. Ele é um modulador da imunidade, controla a absorção de substâncias e isso vai determinar ou não inflamações no nosso organismo”.
Uma das coisas que ajudam a medir como andam as coisas na parte interna da barriga é avaliar a saúde do seu cocô. Mas afinal, como saber se o “cocô” está saudável? Luciano explica que fezes saudáveis são bem formadas, na cor castanha, nem muito moles nem muito duras. Para isso, há uma escala chamada Escala de Bristol.
“Temos uma escala que realmente foi feita para esse tipo de análise. O cocô normal é o do tipo 4, tipo salsicha. Um professor meu dizia que o cocô mais saudável é aquele em que você usa papel higiênico e não sai nada, o que mostra um intestino funcionando bem. Se estiver fora do padrão, por exemplo, tipos 4 para baixo na Escala de Bristol indicam diarreia, e para cima, constipação”.
Ele ressalta que olhar o cocô vai dizer se é um cocô saudável, se o intestino da pessoa está saudável, se a saúde mental está saudável e se o paciente não está inflamado. “Pessoas que têm alguma doença como diabetes, obesidade, hipertensão ou gordura no fígado já têm o organismo inflamado. Muitas vezes, o problema não está no intestino. O cocô diz muita coisa”.
Quando é hora de procurar um médico?
O ideal é procurar ajuda especializada antes de estar doente, como forma de prevenção. Sinais como fezes com formato alterado, presença de muco, sangue ou restos alimentares indicam absorção inadequada dos alimentos e possíveis problemas intestinais.
Também é momento de buscar ajuda se o incômodo emocional ou intestinal estiver fugindo do controle. “Muitas pessoas chegam ao consultório dizendo ‘não sei se é meu intestino ou minha cabeça’. Hábitos como vida familiar, saúde mental, sono, alimentação, libido e rotina diária também são importantes e investigados durante as consultas”.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.