Juros de 15% e clima instável provocam redução de 53% no crédito rural
Destaque para a queda de 82% na industrialização

Em outubro de 2025, a tomada de crédito rural em Mato Grosso do Sul apresentou uma queda de 53% em relação ao mesmo mês do ano passado. O Boletim Econômico de Crédito Rural, divulgado pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), aponta que todos os tipos de operações, incluindo custeio, investimento, comercialização e industrialização, sofreram redução. A maior retração ocorreu no setor de industrialização, que caiu 82% em comparação a outubro de 2024, devido principalmente à alta dos juros e à instabilidade climática.
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O crédito rural em Mato Grosso do Sul registrou queda de 53% em outubro de 2025, comparado ao mesmo período de 2024, segundo o Boletim Econômico da Aprosoja/MS. A redução mais expressiva ocorreu no setor de industrialização, com 82% de retração, impactada pelos juros de 15% ao ano e pela instabilidade climática. O volume total de operações atingiu R$ 799,3 milhões, contra R$ 1,7 bilhão em 2024. O custeio agrícola liderou com R$ 646,5 milhões, seguido por investimentos com R$ 120,9 milhões. Os bancos públicos foram os principais financiadores, com R$ 314,7 milhões em operações, enquanto produtores priorizaram o pagamento de dívidas existentes.
Ao todo, foram aplicados R$ 799,3 milhões em operações de crédito rural no mês, uma redução significativa frente aos R$ 1,7 bilhão registrado no mesmo período de 2024. O custeio agrícola foi a categoria com o maior volume, com R$ 646,5 milhões destinados a esse tipo de operação, seguido por R$ 120,9 milhões para investimentos. Já as operações de comercialização e industrialização somaram, respectivamente, R$ 31 milhões e R$ 947 mil. A queda foi refletida em todas as áreas, com os produtores priorizando o pagamento de dívidas existentes em vez de contrair novos financiamentos.
De acordo com o economista da Aprosoja/MS, Mateus Fernandes, o cenário foi agravado pelos juros elevados de 15% ao ano e pela lentidão na liberação dos recursos. Além disso, a inadimplência crescente no setor e a incerteza climática levaram os produtores a adotar uma postura mais conservadora, adiando novos investimentos. A maior parte dos recursos foi direcionada a bancos públicos, com R$ 314,7 milhões, enquanto as cooperativas de crédito e os bancos privados tiveram participação menor nas operações.
O Plano Safra 2025/2026, lançado em julho, disponibilizou R$ 516,2 bilhões para o setor agrícola, mas com as taxas de juros mais altas da história recente. As taxas de custeio para médios produtores passaram de 8% para 10% ao ano, enquanto para grandes produtores, a taxa subiu de 12% para 14% ao ano.
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