Pecuária cresce no Pantanal e consolida setor como o que mais gera empregos
Cadeia produtiva representa 76% do número de pessoas ocupadas nos 9 municípios que contemplam o bioma
Nota técnica divulgada nesta terça-feira, 5, pela Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) mostra que no aspecto socioeconômico, o Pantanal é responsável por 23% da riqueza gerada no Estado. Tendo como principal base econômica a pecuária de corte, a atividade da região cresceu nos últimos 10 anos, consolidando o município de Corumbá como detentor do segundo maior rebanho bovino do País, só ficando atrás de São Felix do Xingu (PA).
RESUMO
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O Pantanal, com sua rica biodiversidade e importância ambiental, também desempenha um papel fundamental na economia do Mato Grosso do Sul, sendo responsável por 23% da riqueza gerada no estado. A pecuária bovina é a atividade econômica predominante, com Corumbá detendo o segundo maior rebanho bovino do Brasil, impulsionado pela bovinocultura extensiva em áreas privadas. O bioma abriga 20% do rebanho bovino do estado, representando 29,29% do efetivo total. Além da bovinocultura, outras atividades como a criação de ovinos, suínos e equinos também contribuem para a geração de renda na região, reforçando a importância do Pantanal para a economia local e nacional.
Com mais de 278 mil habitantes, as nove cidades situadas na região pantaneira (Sonora, Rio Verde de MT, Coxim, Porto Murtinho, Corumbá, Miranda, Aquidauana, Bodoquena e Ladário) representam 10% da população de MS (IBGE, 2022). Só no campo, são 45 mil habitantes (IBGE, 2010).
Entre as atividades que mais geram emprego estão a bovinocultura de corte e o cultivo de cana-de-açúcar. Em 2023, Mato Grosso do Sul possibilitou a ocupação de 90.244 pessoas, sendo 13.158 apenas no Pantanal. A pecuária de corte ocupa o primeiro lugar no ranking de pessoas ocupadas no Pantanal sul-mato-grossense, representando 76,18% do total. O faturamento das atividades que se destacam na geração de emprego totaliza R$ 3,21 bilhões.
A pecuária é a principal atividade do bioma e está presente no Pantanal há mais de 200 anos, tendo destaque a bovinocultura de corte extensiva, que acontece em harmonia com a natureza em áreas privadas, com 84% ainda preservadas com vegetação nativa.
Corumbá tem 2º maior rebanho do País
O município de Corumbá é o detentor do segundo maior rebanho de bovinos do Brasil, ficando atrás apenas do município de São Félix do Xingu, no Pará. Em 2023 superou 2,1 milhões de cabeças, representando 38,8% do rebanho do bioma Pantanal e ocupando o primeiro lugar. A região pantaneira representa 29,29% do efetivo do Estado, com mais de 5,4 milhões de animais. Aplicando o índice da área do território do município que está no bioma Pantanal, o número de animais representa 20,56% do rebanho de MS.
No bioma Pantanal, entre 2014 e 2023, a pecuária registrou aumento de 3% na área de pasto, alta de 8% no rebanho bovino e produtividade de 0,84 cabeças por hectare que representou aumento de 5% no período.
A relevância da pecuária bovina para o desenvolvimento da região pantaneira é incontestável, mas existem outras atividades da pecuária que contribuem para a geração de renda nos municípios do bioma. A criação de ovinos se destaca em Corumbá, o município ocupa o primeiro lugar no ranking estadual com maior rebanho, 14.996 cabeças. Aquidauana e Porto Murtinho, ocupam segundo e o quarto lugar, respectivamente. Na criação de suínos, o destaque é para Rio Verde de Mato Grosso, que ocupa a oitava posição no rebanho estadual, com perspectivas reais de crescimento na suinocultura com a ampliação no plantel de matrizes.
Segundo pesquisa do IBGE, o município de Corumbá mantém destaque também com o maior efetivo de equinos do País, com 36.071 cabeças.
O bioma
O Pantanal é uma das maiores áreas úmidas do mundo, reconhecido internacionalmente por sua biodiversidade única e importância ambiental, desempenhando também um papel fundamental na economia local e nacional, com atividades como a pecuária sustentável, o turismo ecológico e a pesca.
O bioma Pantanal ocupa aproximadamente 2% do território nacional. Em Mato Grosso do Sul ocupa uma área de aproximadamente 9,73 milhões de hectares, ou seja, aproximadamente 64% da área total do Bioma está localizada no Estado, correspondendo ainda a 27% do território estadual.