Crianças formam brigada mirim no Pantanal para ajudar na prevenção de incêndios
Em época de estiagem, 35 pequenos voluntários assumem a missão de proteger a fauna e a flora
RESUMO
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Crianças da comunidade ribeirinha do Salobra, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, formaram a Brigada-Mirim Beija-Flor, composta por 35 integrantes, com o objetivo de prevenir incêndios florestais. A iniciativa, parte do projeto “Águas que Falam”, foi coordenada pela bióloga Daniella França, que enfatizou a importância da educação ambiental. A criação da brigada foi motivada por um incêndio que afetou a comunidade no ano anterior. As crianças aprenderam sobre a relação entre fogo e água, além de práticas de segurança e evacuação. A comunidade também enfrenta problemas de poluição da água, levando à elaboração de uma cartilha educativa sobre doenças relacionadas ao consumo de água contaminada.
Crianças da comunidade ribeirinha do Salobra, em Miranda, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, são os mais novos brigadistas da região. O grupo é formado por 35 meninos e meninas que atuarão na prevenção a incêndios florestais. A Brigada-Mirim Beija-Flor foi criada durante a ação do projeto “Águas que Falam”, que esteve na região.
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A bióloga e brigadista Daniella França, coordenadora de Programas do SOS Pantanal, conduziu a formação das crianças. Com o apoio da Brigada Comunitária do Salobra, elas aprenderam sobre a relação entre o fogo e a água no bioma e como podem auxiliar na prevenção de incêndios.
Daniella França explicou que a ação focou na prevenção, e não no combate direto ao fogo. As crianças se tornaram agentes de sensibilização na comunidade, ajudando a evitar situações de risco como a queima de lixo.
Agentes de prevenção e segurança
A ideia da brigada surgiu depois que a comunidade foi afetada por um grande incêndio florestal no ano passado, que forçou a evacuação de muitos moradores. A equipe do SOS Pantanal decidiu, então, treinar as crianças para sua segurança. A programação incluiu dinâmicas, simulações e brincadeiras educativas.
Na brigada-mirim, há líderes que se revezam mensalmente para coordenar o grupo. As crianças também foram instruídas sobre a evacuação da escola em caso de incêndio florestal. O nome da brigada foi inspirado na fábula do beija-flor, que foi apresentada durante as atividades.
Daniella França reforçou a importância do envolvimento infantil na educação para o uso sustentável do fogo, afirmando que “quanto mais envolvermos as crianças nesse processo de educação para o uso sustentável do fogo, melhor!”.
Rio poluído e a urgência da educação ambiental
A comunidade do Salobra tem enfrentado ainda outros desafios, como a poluição da água. Sem a infraestrutura, muitos ribeirinhos acabam usando a água do rio para beber, mesmo o curso d’água apresentando odor e espuma. Alguns recorrem a poços artesianos ou compram água mineral, mas os que não têm alternativa consomem diretamente do rio.
Um diagnóstico realizado pelo projeto “Águas que Falam” revelou que a população estava adoecendo e não sabia o porquê. Alguns moradores relataram sintomas como diarreia e pedras nos rins ou na vesícula, mas há formas simples de evitar a maioria dessas doenças. Por isso, a equipe do SOS Pantanal está finalizando uma cartilha educativa sobre doenças relacionadas à água, que será distribuída impressa e on-line.