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Meio Ambiente

Sem incentivos à população, coleta seletiva patina e fica em 35% na Capital

Por mês, são recolhidas 600 toneladas de material reciclável em Campo Grande

Por Aline dos Santos e Geniffer Valeriano | 12/12/2024 10:33
Materiais recicláveis prontos para coleta especial no Bairro Tiradentes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Materiais recicláveis prontos para coleta especial no Bairro Tiradentes. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sem política de incentivos, a coleta seletiva do lixo patina em Campo Grande. A situação impacta no meio ambiente, geração de renda com os recicláveis e compromete a vida útil do aterro sanitário, que poderia receber menos materiais.

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Em Campo Grande, a coleta seletiva de lixo enfrenta baixa adesão (35%), impactando o meio ambiente e a geração de renda com recicláveis. A coleta porta a porta ainda não atende toda a cidade, estando limitada a alguns bairros, enquanto os locais de entrega voluntária (LEV) oferecem uma alternativa. A falta de incentivos e divulgação adequada contribui para a ineficiência do sistema, apesar da importância da reciclagem para a vida útil do aterro sanitário e preservação ambiental. Cidadãos relatam a necessidade de maior divulgação e campanhas educativas para aumentar a participação na coleta seletiva.

De acordo com o Consórcio CG Solurb, que há 12 anos venceu licitação bilionária para fazer a gestão dos resíduos sólidos em Campo Grande, a adesão à coleta seletiva é em torno de 35%.

“Atualmente, a adesão a coleta seletiva é muito baixa, em torno de 35%, assim entendemos que enquanto essa adesão não forma maior, não se viabiliza a ampliação da coleta seletiva na modalidade porta a porta”, informa a empresa.

"É muito bom ter coleta seletiva, só falta ter mais divulgação", diz Ana. (Foto: Henrique Kawaminami)
"É muito bom ter coleta seletiva, só falta ter mais divulgação", diz Ana. (Foto: Henrique Kawaminami)

Portanto, a cidade não tem nem previsão de quando a coleta de porta em porta vai atender a todos os bairros da cidade. Por mês, são recolhidas aproximadamente 600 toneladas de material reciclável. Segundo a Solurb, do total de resíduos coletados, aproximadamente 2% são recolhidos por meio da coleta seletiva. O material é levado para a UTR (Usina de Triagem de Resíduos).

A Capital tem duas modalidades para a coleta seletiva: porta a porta (ou domiciliar) e os locais de entrega voluntária, os LEV. A coleta na porta de casa é semelhante à convencional, porém, os veículos coletores percorrem as residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta normal. Os moradores colocam os recicláveis nas calçadas, acondicionados em qualquer recipiente ou embalagem.

Lixeira com material reciclável para a coleta no Bairro Tiradentes. (Foto: Henrique Kawaminami)
Lixeira com material reciclável para a coleta no Bairro Tiradentes. (Foto: Henrique Kawaminami)

Mapa da coleta seletiva domiciliar, disponível no site da Solurb, mostra que o serviço não chega às bordas da cidade, excluindo, desta forma, os bairros mais populosos de Campo Grande: como o Nova Lima e o Aero Rancho.

Ainda conforme o material, a lista de bairros atendido pela modalidade tem Carandá Bosque, Mata do Jacinto, Chácara Cachoeira, Vila Margarida, Vilas Boas, Coopharádio, Coronel Antonino, Monte Castelo, Centro, Taquarussu, Guanandi, União, Panamá, Zé Pereira, Santo Amaro.

Marli mora na Mata do Jacinto e faz a separação do material reciclável em casa. (Foto: Henrique Kawaminami)
Marli mora na Mata do Jacinto e faz a separação do material reciclável em casa. (Foto: Henrique Kawaminami)

Cuidar do meio ambiente - Fernando César Oliveira Bastos conta que faz a separação da coleta seletiva, que passa no sábado à noite no Bairro Arnaldo Estevão de Figueredo. “Compro saco preto bem baratinho ou coloco em sacola grande de supermercado”. Para ele, não é preciso incentivo à população. “É simples separar o material”, afirma.

Marli da Silva Santos, 72 anos, relata que a coleta seletiva chegou há dois anos à Mata do Jacinto. Neste período, só teve incentivo para a primeira separação dos materiais, quando a empresa fez campanha educativa na rua e entregou um saco verde para acondicionar os recicláveis.

“Eu acho que a divulgação poderia ser maior. Participo porque sei o quanto é importante. E já ensino para os meus netos também. Acho que deveriam colocar nas escolas como ensinamento”, afirma Marli.

Anatália aderiu à coleta seletiva para preservar o meio ambiente. (Foto: Henrique Kawaminami)
Anatália aderiu à coleta seletiva para preservar o meio ambiente. (Foto: Henrique Kawaminami)

Anatália Agueiro, 66 anos, também aderiu à coleta seletiva porque é importante para o meio ambiente, pois do equilíbrio dele dependemos todos nós. “Separo os materiais, lavo as caixas de leite, coloco na sacola e deixo para recolherem”. O caminhão passa pelo bairro às terças-feiras.

No Bairro Tiradentes, Ana Isabel Alves, 65 anos, faz a separação do material reciclável, mas o destino é a empresa onde o marido trabalha. “Eles bonificam com alimentos os funcionários que levam os recicláveis. Quanto mais recicláveis levam, mais bônus eles ganham. Mas é muito bom ter coleta seletiva, só falta ter mais divulgação”.

Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

O que pode reciclar? – A lista de recicláveis inclui caderno, caixa de leite, caixa de suco, caixa de papelão, revista, papéis, frasco de shampoo, garrafa plástica, saquinho de leite. As embalagens devem ser limpas antes de serem colocadas no lixo reciclável.

O plástico e o metal levam mais de 100 anos para a decomposição. Um mísero chiclete demora cinco anos, enquanto borracha e vidro precisam de mais de um milhão de anos para decomposição.

Clique no mapa para ver o dia de coleta seletiva no seu bairro:

Veja o LEV mais perto de sua casa:

Os locais de entrega voluntária utilizam estruturas específicas para o acondicionamento de recicláveis, colocados em pontos fixos na cidade, onde o cidadão, espontaneamente, deposita os resíduos.


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