Brincadeiras e alimentação antecipada são estratégias para pets em dias de fogos
Plaquinha de identificação com nome e telefone na coleira aumenta muito as chances do animal voltar para casa
A chegada da véspera do Natal (24) e do Ano Novo (31) aumenta a preocupação de tutores para diminuir o estresse dos pets com o barulho dos fogos e evitar a fuga dos bichinhos durante as festas de fim de ano. Medicamentos, brincadeiras e um ambiente seguro são dicas para proteger os animais.
RESUMO
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A proximidade das festas de fim de ano aumenta a preocupação dos tutores com o bem-estar dos animais de estimação devido aos fogos de artifício. Especialistas recomendam medidas preventivas como brincadeiras durante o dia para cansar os pets, adiantamento da alimentação e uso de medicamentos sob orientação veterinária. Para garantir a segurança dos animais, é fundamental criar um ambiente protegido, mantendo portas e janelas fechadas, além de usar sons ambiente para abafar o barulho dos fogos. A identificação adequada dos pets também é crucial, pois o risco de fugas aumenta neste período.
A médica-veterinária Rafaela Junqueira Lapa de Lacerda afirma que os animais que mais sofrem nessa época do ano são aqueles que já têm algum problema de saúde. “Não é só uma questão de bem-estar. Os fogos afetam principalmente pets com comorbidades, como os cardiopatas, epiléticos e os mais idosos”, explica.
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Nos cães epiléticos, o som alto pode provocar crises convulsivas ou deixar o animal em estado de alerta extremo, com agitação, confusão e até comportamento agressivo. Em casos mais graves, o pet pode entrar em status epiléptico, quando as crises se repetem sem intervalo. Já nos animais com problemas cardíacos, o susto causado pelos fogos pode aumentar a frequência cardíaca e gerar um estresse intenso, o que sobrecarrega o coração e coloca a saúde do pet em risco.

Os cães idosos também merecem atenção especial. Segundo a veterinária, muitos já têm outras doenças, como problemas neurológicos, e o barulho pode deixá-los ainda mais assustados, desorientados e agitados.
Além das doenças físicas, há ainda os impactos comportamentais. Animais que sofrem de ansiedade de separação, medo excessivo ou estresse crônico costumam apresentar piora dos sintomas nessa época do ano.
Além da médica veterinária, o Campo Grande News ouviu a empresária com pós-graduação em Etologia, estudo do comportamento animal, e responsável pela creche e hospedagem para cães Personal Pet, Ana Clara Rosa Balbe, para dar as dicas de como deixar o dia mais tranquilo para os animais no fim de ano.
Dia de atividade:
A dica da empresária, Ana Clara Rosa Balbe, é brincar muito com os bichinhos hoje. Ela explica que gastar energia ao longo do dia vai fazer com que os pets fiquem mais cansados durante a noite. “Hoje é um dia de você fazer um passeio mais longo, gastar mais energia do cão, jogar bolinha dentro de casa e diminuir o descanso. Fazer o cão cansar fisicamente mesmo para, na hora dos fogos, ele estar mais cansado”, afirma.

Alimentação:
Ana Clara ainda orienta os tutores a adiantarem a alimentação dos pets para diminuir as chances de vômito causadas pelo estresse dos fogos. Ao invés de oferecer a ração durante a noite, o animal pode comer no final da tarde, por volta de 17h.
Medicamentos:
Os medicamentos também são uma opção indicada pela veterinária Rafaela Junqueira Lapa de Lacerda. A recomendação é começar a usar calmantes naturais com antecedência.
O ideal é iniciar o protocolo de 10 a 15 dias antes das festas, mas, em alguns casos, o uso por pelo menos cinco dias já pode trazer algum efeito. “São medicações naturais, seguras e bastante utilizadas. Elas vão fazendo efeito aos poucos e ajudam o cão a lidar melhor com o estresse dos fogos”, explica a veterinária.
No entanto, ela alerta que, mesmo sendo naturais, não devem ser usadas sem orientação, principalmente em relação à dosagem. Mesmo sendo facilmente encontrados em pet shops e não exigirem receita, a orientação de um veterinário é necessária. “Tudo que é bom, em excesso, pode fazer mal. Por isso, é importante conversar com um veterinário ou, pelo menos, pedir orientação no local da compra”, reforça.
Para quem não iniciou o uso dos calmantes, a veterinária orienta o uso de Dramin. O medicamento deve ser administrado no dia, cerca de uma hora antes do início dos fogos. Além disso, o remédio também auxilia em casos de náusea e vômito, comuns em cães muito estressados. Assim como os calmantes naturais, o Dramin também exige atenção à dosagem correta, que varia conforme o peso do animal, e não deve ser dado mais de uma vez ao dia sem orientação profissional.
Ambiente seguro:
A principal dica para o dia é preparar um ambiente seguro e confortável dentro de casa. A ideia é abafar o barulho externo. Para isso, vale ligar a televisão, ventilador ou ar-condicionado e manter portas e janelas fechadas. Também é importante verificar se o ambiente não tem objetos perigosos, como vidros ou móveis que possam ser quebrados durante uma tentativa de fuga do animal.
Para a veterinária o melhor local é o quarto, pois é o local onde os animais já estão acostumados e com menos objetos perigosos. Ela ainda indica mais cuidados para deixar o local aconchegante, como deixar a caminha, brinquedos e água. Até a aromaterapia pode ajudar. Produtos destinados a humanos não devem ter contato direto com o animal. A veterinária conta que tem tutores que deixam roupas, que ajudam a acalmar por causa do cheiro familiar.
Identificação:
A identificação do animal também é fundamental. Nessa época do ano, as fugas aumentam não só por causa dos fogos, mas também pela movimentação maior de pessoas em casa, com visitas e portões sendo abertos com frequência. Colocar uma plaquinha de identificação com nome e telefone na coleira aumenta muito as chances de o animal voltar para casa rapidamente, caso consiga fugir.
A orientação é manter portas, janelas e sacadas bem fechadas. Portões eletrônicos também merecem atenção, já que alguns cães, em estado de desespero, podem roer fios ou tentar forçar a saída, correndo risco de choque elétrico e facilitando a fuga.
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