Dívida de ONGs de proteção animal dispara com aumento do abandono no fim de ano
ONG de Campo Grande já chega a dever R$ 300 mil para somente uma clínica
Descartados como alguma coisa que não serve mais diante das férias de fim de ano ou perdidos nas ruas, cães e gatos que chegam aos abrigos acabam aumentando as altas dívidas acumuladas por ONGs (Organizações Não Governamentais) e protetores de animais que ainda conseguem acolher novos animais.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
ONGs e protetores de animais em Campo Grande enfrentam dívidas crescentes no fim de ano devido ao aumento no número de cães e gatos abandonados. A ONG Fiel Amigo, que cuida de 400 animais, acumula débitos de R$ 300 mil apenas com uma clínica veterinária. O Instituto Mãe de Pets deve R$ 41 mil, enquanto o Abrigo dos Bichos soma R$ 18 mil em faturas de cartão de crédito. Os responsáveis relatam sobrecarga de trabalho e impossibilidade de descanso, além do aumento no abandono de animais durante as festividades de fim de ano.
Responsável pela ONG (Organização Não Governamental) Fiel Amigo, de Campo Grande, Laura Cristina, 54, vê isso se repetir há mais de duas décadas.
- Leia Também
- Ensinar os pets a suportarem fogos começa bem antes da véspera de Réveillon
- O dia mais difícil para quem ama animais: quando a morte é inevitável
Nesta época do ano, o descarte de animais é gigantesco, acabamos nos sobrecarregado e adquirindo ainda mais dívidas. Sem falar que nós não temos mais vida social, não podemos viajar, não temos férias e não podemos receber visitas de amigos e familiares porque temos que tomar conta desses inocentes que não têm voz e são jogados à própria sorte", desabafa Laura.
A dívida da ONG é de cerca de R$ 300 mil atualmente com apenas uma clínica veterinária. Débitos com distribuidoras, laboratórios e pet shops nem entraram nessa conta.
São cerca de 400 cães e gatos que dependem hoje da Fiel Amigo para comer, receber medicações, fazer exames e continuar morando num lugar seguro.
O Instituto Mãe de Pets, administrado pela protetora Sônia Palhano, 65, tem R$ 41 mil em dívidas só com uma clínica parceira. Ela confirma que o fim de ano é crítico.
Você sai e vê muitos bichinhos correndo, seja por medo dos fogos ou por terem escapado de casa quando chega uma visita ou alguém diferente. Abandono também tem muito. Quando você é protetora e pensa que não vai resgatar mais, você encontra um bichinho morrendo e não tem como fechar os olhos", afirma.
Fora dinheiro, Sônia também deve descanso a si mesma. Para cuidar de cerca de 250 cães e gatos, a idosa acorda às 4h da manhã e chega ao fim do dia sem ter feito tudo o que precisava. Ela gostaria de poder contar com um voluntário para poder descansar um dia, ao menos.
Lotados - No caso do Abrigo dos Bichos, da protetora independente Cristiane de Almeida, as dívidas também estão aumentando, mas não devido ao fim de ano. "Não tem como relacionar essa época porque eu não tenho mais espaço para receber nenhum bichinho", justifica.
Faturas de cartão de crédito chegam a R$ 18 mil. O valor foi gasto na compra de ração, medicações e tratamento dos pets em duas clínicas que apoiam sua causa.
Uma particularidade do Abrigo é que 90% dos 80 pets acolhidos têm condições de saúde especiais que demandam remédios e tratamentos constantes. Cristiane pede que a solidariedade que toma conta de algumas pessoas no fim de ano, também chegue aos animais acolhidos.
"Essas campanhas não chegam para os nossos anjos, as pessoas olham muito pouco para isso e nos taxam de loucos por abraçar essa causa", finaliza.
Quer ajudar as ONGs e a protetora? Veja abaixo as chaves PIX para enviar doação de qualquer valor ou entre em contato pelos números para comprar uma rifa e oferecer outro tipo de apoio:
ONG Fiel Amigo - 6792395176 (celular)
Instituto Mãe de Pets - 67992911741 (celular)
Abrigo dos Bichos - 679253-1786 (celular)
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.
