Fim de dobradinha Azambuja e Riedel "é mais inteligente”, avalia ex-governador
Reinaldo deve ingressar no PL; Riedel conversa com PP e União Brasil, estratégia para garantir reeleição
As duas principais lideranças do PSDB no Estado, o governador Eduardo Riedel, e o ex-governador e presidente do partido, Reinaldo Azambuja, afivelam as malas para desembarcar da legenda, que tem a maior representatividade no Estado. Cada um deve seguir para um partido diferente, explica o dirigente, em uma articulação para formar um arco de alianças. Em longa entrevista ao podcast Na Íntegra, Azambuja fala sobre política e economia. Ele disse que ambos foram convidados diretamente pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para ingressar no PL. Entretanto, só Azambuja finaliza conversações para poder “assinar a ficha”, o que ainda não tem data para acontecer, enquanto Riedel segue conversações, com possibilidade de se ligar à federação formada pelo União Brasil e PP, em uma estratégia que seria "mais inteligente" para alcançar o objetivo principal: a reeleição do governador.
RESUMO
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Reinaldo Azambuja, presidente do PSDB no Mato Grosso do Sul, e o governador Eduardo Riedel estão em vias de deixar o partido, cada um rumo a uma legenda diferente. Azambuja destacou que essa estratégia é "mais inteligente" para fortalecer a reeleição de Riedel, objetivo central da articulação política. Ambos foram convidados por Jair Bolsonaro para ingressar no PL, mas apenas Azambuja está próximo de formalizar sua filiação, enquanto Riedel avalia outras opções, como a federação entre União Brasil e PP. Azambuja minimizou críticas internas do PL, como as do deputado Marcos Pollon, que se opõe à entrada de tucanos na legenda. Ele defendeu que divergências são naturais, mas enfatizou a necessidade de união na direita para fortalecer a reeleição de Riedel. Além disso, Azambuja evitou associar o "tarifaço" de Donald Trump à polarização política, defendendo uma solução econômica e pragmática para o tema. Sua possível candidatura ao Senado será avaliada após a consolidação de um amplo grupo de direita.
Ponto principal em qualquer discussão política é a reeleição do governador Eduardo Riedel
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Azambuja contou que já conversou com políticos locais do PL para definir a reformulação do partido, com convite, inclusive, para presidi-lo. Ele minimiza e desvia das críticas de integrantes como o deputado federal Marcos Pollon, que é contrário ao ingresso de tucanos na legenda e, inclusive, chegou a fazer xingamentos neste domingo durante ato pela anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, integrantes do governo dele, por tentativa de golpe de estado, e pessoas condenados pela invasão de prédios públicos em 8 de janeiro de 2023.
Eu não estou entrando pela porta dos fundos, estou entrando pela porta da frente.
Ele considerou natural haver divergências em um grupo político, situação que já vivenciou no ninho tucano. Para o ex-governador, Pollon fez uma fala extremista, embalado pelo "afã" do momento, mas que se trata de um comportamento que enfraquece e divide a direita. Ele ainda não tem a data de filiação, porque ainda está "batendo papo" em busca de somar à legenda e discutindo a migração de outros políticos ligados a ele.
Azambuja tenta afastar da polarização política o chamado tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump. Ele evita associar diretamente à exigência de anistia a Bolsonaro, como o republicano chegou a declarar, considerando que a questão tem cunho econômico e deve ser resolvida no âmbito das relações internacionais. Ele defende que a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva debata um acordo com o Governo Trump. Sobre a anistia a Bolsonaro, que classifica como principal liderança da direita, considera que se trata de um tema interno, que ele coloca entre aqueles a serem discutidos por um Congresso Nacional mais alinhado a temas da direita após as eleições de 2026.
Pragmático, ele diz que a própria eventual candidatura a uma das duas vagas no Senado ficará para análise posterior à formação de um amplo grupo de direita, que terá prioridade de fortalecer a reeleição de Riedel. Azambuja conta que já foi até procurado por pré-candidato ao Senado buscando uma “dobradinha”, mas protelou o assunto.
Quarta geração de produtores rurais, disse que não faz política individual, mas de grupo, porque não vê a atuação como profissão. Para ele, interessa uma política de resultado.