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Política

Odilon diz que pediu para ser investigado pela PF e quer provar inocência

“Vingança porque eu o demiti, mandei para a rua e ainda abri ação penal contra ele”, afirma juiz sobre ex-funcionário de confiança

Aline dos Santos e Leonardo Rocha | 18/09/2018 09:45
Candidato ao governo, Odilon reclama de vingança.  (Foto: Guilherme Rosa)
Candidato ao governo, Odilon reclama de vingança. (Foto: Guilherme Rosa)

Candidato ao governo do Estado, o juiz aposentado Odilon de Oliveira (PDT) disse nesta terça-feira (dia 18) que pediu para ser investigado sobre as denúncias de Jedeão de Oliveira, que foi seu funcionário por 20 anos, e quer provar inocência.

O procurador regional eleitoral de Mato Grosso do Sul, Marcos Nassar, determinou que a PF (Policia Federal) abra inquérito para apurar as denúncias e que cópia das declarações de Jedeão sejam encaminhadas à Corregedoria do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

“Quero provar para todo mundo que sou inocente e não tenho nada a temer. Essa manifestação do Ministério Público Federal, na verdade, é um pedido para avaliar toda a história e até, se for o caso, apresentar denúncia de calúnia contra o Jedeão”, afirma Odilon.

O candidato relata que a PF tinha concluído inquérito em 31 de agosto e que não havia indícios de irregularidades. “No dia 4 de setembro, procurei a PF para que fosse aberto inquérito sobre as denúncias”, diz.

Para Odilon, a denúncia é uma vingança alavancada pelo período eleitoral. “Vingança porque eu o demiti, mandei para a rua e ainda abri ação penal contra ele”, afirma o candidato do PDT.

Declarações - Por meio de um documento, com firma reconhecida em cartório em Bauru (interior de São Paulo) e entrevista à Folha de São Paulo, Jedeão, que foi funcionário de confiança por mais de 20 anos do juiz, fez acusações que incluem venda de sentenças, negociata para beneficiar traficante e manipulação para majorar número de apreensões.

Desde as denúncias de sumiço de dólares na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande e sua demissão, no ano de 2016, Jedeão mora em Cuiabá. Ele justificou que foi para a Capital do Mato Grosso por medida de segurança.

Jedeão foi funcionário de confiança de Odilon na Justiça Federal por 20 anos
Jedeão foi funcionário de confiança de Odilon na Justiça Federal por 20 anos

Com 23 páginas e firma reconhecida ao custo de R$ 9,13 num cartório de Bauru. As “declarações por instrumento particular” datam de 15 de junho de 2018. Odilon é retratado por Jedeão como um exibicionista, que passava por cima da lei para investigar a quem quisesse através de uma agência própria de espionagem e de escutas clandestinas

Acusado de desviar R$ 11 milhões da Justiça Federal, o funcionário foi demitido e virou alvo de uma investigação, segundo ele, patrocinada pelo ex-chefe.

Delação – Em julho deste ano, Jedeão procurou o MPF com proposta de delação premiada. A intenção era firmar acordo na ação penal em que é réu por falsidade ideológica e crimes contra a fé pública.

Em agosto, procuradoria informou que "embora não houvesse elementos para colaboração premiada", o MPF analisava a narrativa apresentada por Jedeão para verificar a viabilidade de início de investigação”.

Devido à “notória repercussão” e “elevada gravidade” das denúncias, Nassar determinou os prosseguimento dos trabalhos e o encaminhamento de cópia das declarações de Jedeão à Corregedoria do TRF3. A investigação deve ser encabeçada pela Delecor (Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros) da PF, responsável pela operação Lama Asfáltica.

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