TSE apresenta novo modelo de urna eleitoral a partir de 2022
Comitiva do tribunal visitou fábrica de componentes do equipamento, em Manaus
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apresentou nesta segunda-feira (13) a urna Modelo UE2020, que vai começar a substituir a versão atual. As unidades estão sendo fabricadas na Bahia e no Amazonas.
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, visitou a fábrica em Manaus (AM) onde os módulos estão sendo montados. “Aqui neste local é feita a montagem das placas-mãe dos terminais. E essa é uma ocasião que merece ser destacada”, declarou.
Barroso, o ministro Mauro Campbell Marques, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, e uma equipe do TSE visitaram as dependências da Boreo Indústria de Componentes, subsidiária da Positivo Tecnologia, para atestar os procedimentos de fabricação. A Positivo venceu a licitação para produzir 225 mil novas urnas, de um total de 577 mil que serão usadas nas eleições gerais de 2022.
O presidente do TSE explicou que as 225 mil novas urnas eletrônicas permitirão a renovação do parque dos equipamentos da Justiça Eleitoral, já que a vida útil de uma urna é de 10 a 12 anos. Embora as placas-mãe sejam fabricadas em Manaus, a montagem final das urnas ocorre em Ilhéus (BA), por uma questão de logística de distribuição.
A expectativa é de que os equipamentos fiquem prontos até maio de 2022. “Houve um esforço muito grande para a obtenção de peças e componentes para as urnas. Isso ocorreu em um momento em que há escassez no mercado mundial”, disse, lembrando um dos efeitos da pandemia de covid-19 e da retração econômica no planeta.
A urna Modelo UE2020 permitirá maior rapidez na identificação do eleitorado. Isso porque o terminal do mesário terá tela totalmente gráfica, sem teclado físico, e superfície sensível ao toque. Assim, enquanto uma pessoa vota, outra poderá ser identificada pelo mesário, o que aumenta o número de eleitores por seção ou diminui eventuais filas.
Segurança – Barroso afirmou que um dos principais itens de segurança da urna eletrônica é não ter conexão com qualquer rede, o que inviabiliza ataques externos por hackers. Lembrou, ainda, que, após a inspeção dos códigos-fontes do sistema e dos programas por partidos, entidades públicas e universidades, todo o conteúdo é lacrado, recebendo a assinatura digital de autoridades, e trancado na sala-cofre do tribunal.
“A partir daí, os programas não podem ser modificados. E a urna não executará os programas além dos certificados”, garantiu.
Ele salientou ainda que os equipamentos passam por auditagem, principalmente durante o TPS (Teste Público de Segurança). Ainda mencionou o relatório de impressão da zerésima (mostrando que, no início da votação, não há voto registrado na urna para nenhuma candidatura), bem como a emissão dos Boletins de Urna logo após o término da votação, com a distribuição de cópias aos partidos e a afixação do boletim em cada seção eleitoral para quem quiser comparar com os dados divulgados no portal do TSE.