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Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda

O documento histórico, datado de 1905, é parte da região que comemora hoje 48 anos como estado

Por Aline dos Santos | 11/10/2025 08:17
Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda
Proceso de demarcação da área urbana de Miranda está no arquivo da Agraer. (Foto: Marcos Maluf)

Guardião da história das terras em Mato Grosso do Sul, o aniversariante do dia, o arquivo da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) tem documentos da passagem do então Major Rondon para demarcar o rocio da "Villa de Miranda". O documento, assinado em 22 de setembro de 1905, corresponde ao que conhecemos hoje como delimitação do perímetro urbano dos municípios.

RESUMO

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O arquivo da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) guarda documentos históricos que revelam a participação do então Major Rondon na demarcação da Villa de Miranda, em 1905. Os registros incluem uma audiência pública e cartas que demonstram os desafios enfrentados na delimitação do perímetro urbano. Miranda, município localizado a 208 km de Campo Grande, tem suas origens ligadas às navegações pelos rios Miranda e Aquidauana. Fundada em 1778 pelo capitão João Leme do Prado como Presídio de Nossa Senhora do Carmo do Rio Mondego, a cidade já contava com 40 casas em 1797, tendo a rua Nossa Senhora do Carmo como via principal.

Eternizado na história com a patente de marechal, Cândido Mariano da Silva Rondon dá nome a rua, como a via que se estende por 10 quadras no Centro de Campo Grande,  aeroporto, municípios, rodovia, bairros e escolas pelo Brasil afora.

Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda
Cálculos para demarcação da Villa de Miranda, em 1905. (Foto: Reprodução)

Há 120 anos, o major se dedicava à medição em Miranda, a 208 km da Capital. O documento histórico relata protesto por parte dos posseiros, mas que a “nenhum dos protestantes cabe o direito que alegam”.

O major escreve que era justiça manter a terra para a municipalidade, “que é patrimônio de uma população inteira, na sua maioria pobre”.

Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda
Marcação mostra o Rio Miranda, que dá nome ao município. (Foto: Reprodução)

Naquele tempo, a demarcação se fazia abrindo picadas e com o registro cuidadoso de limites geográficos, como rios e morros. Não havia recursos tecnológicos e o trabalho era dispendioso, o que levou a uma carta de agradecimento do intendente a Rondon pelo levantamento  gratuito.

O processo de demarcação do rocio da vila também tem a ata de uma audiência pública, realizada às 8 horas de 21 de setembro de 1905, “decimo septimo anno da Republica”, onde proprietários rurais confrontaram Rondon sobre os limites da cidade. Havia muitos impasses para cravar os territórios do poder público.

Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda
Com as marcas do tempo, relatório traz assinatura de Rondon. (Foto: Reprodução)

No arquivo da Agraer, localizado no Parque dos Poderes, em Campo Grande, ficam 20 mil processos sobre documentos das terras herdadas do Mato Grosso uno.

Na parede, mapas contam como variou o número de municípios no que hoje é Mato Grosso do Sul. Até 1850, por exemplo, era só Corumbá. Em 1857, o total aumentou para três municípios: Corumbá, Miranda e Paranaíba. No ano de 1869, tudo era só Paranaíba.

De 1900 a 1909, o mapa mostra oito municípios: Corumbá, Miranda, Bela Vista, Aquidauana, Nioaque, Campo Grande, Paranaíba e Coxim. Em 1939, o total chegou a 14. Trinta anos depois,  em 1969, eram 50 cidades. O número chegou aos atuais 79 municípios em 2010.

Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda
Região histórica de Miranda, com a igreja em destaque (Foto: Divulgação/O Pantaneiro).

História fluvial - Com população atual de 26.512 pessoas, o município de Miranda é homônimo do rio e tem a história atrelada às águas, surgindo das viagens fluviais pelo Mirada e pelo Rio Aquidauana.

Em 1778, o capitão João Leme do Prado lançava os alicerces do Presídio de Nossa Senhora do Carmo do Rio Mondego. A fundação do presídio tinha por objetivo principal precaver-se contra possíveis investidas dos castelhanos de Assunção.

Por falta de melhores meios de navegação pelo Rio Miranda, a manutenção do povoado era penosa. Todavia, em 1797 já apresentava 40 casas de pau-a-pique e de adobe, todas cobertas de telhas. Também já estava delineado o traçado da rua principal: a Nossa Senhora do Carmo, atual Rua do Carmo.

Há 120 anos, o então Major Rondon vivia desafio para demarcar a Villa de Miranda
Rondon sentado em acampamento da Comissão Rondon, sem data (Foto: Museu do Índio).

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Confira a galeria de imagens:

  • Trecho de ata de audiência pública realizada na Câmara Municipal de Miranda. (Foto: Reprodução)
  • Intendente de Miranda manda agradecimento para Rondon. (Foto: Reprodução)
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