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Reportagens Especiais

‘Surto’ de lutador em hotel e morte de adolescente chocaram em 2015

Luana Rodrigues | 30/12/2015 13:56
Rafael responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal em situação de violência doméstica, delito de dano no estabelecimento hoteleiro e resistência à prisão. (Foto: Arquivo/ Marcos Ermínio)
Rafael responde pelos crimes de homicídio qualificado por motivo fútil, lesão corporal em situação de violência doméstica, delito de dano no estabelecimento hoteleiro e resistência à prisão. (Foto: Arquivo/ Marcos Ermínio)
Ao som do violino e de cânticos, que contrastavam com os soluços da mãe. (Foto: Marcos Ermínio)
Ao som do violino e de cânticos, que contrastavam com os soluços da mãe. (Foto: Marcos Ermínio)

Ao longo deste ano, 115 assassinatos foram registrados em Campo Grande, pelas estatísticas oficiais. No entato, alguns crimes ganham mais notoriedade que outros, com o caso do lutador de jiu-jitsu que espancou até a morte um engenheiro dentro de um quarto de hotel, a história policial mais comentada de 2015.

Em abril, Paulo Cézar de Oliveira, 49 anos, foi espancado pelo lutador de jiu-jitsu Rafael Martinelli Queiroz, 27 anos. Morreu duas horas depois de se hospedar no hotel Vale Verde, na Avenida Afonso Pena, no Bairro Amambaí.

Rafael, de quase dois metros de altura e 140 quilos, lutador profissional, faixa preta de jiu-jitsu e vencedor de um título mundial pelo esporte, espancou Paulo até a morte porque, segundo seus advogados de defesa, teve um surto psicótico.

O crime ocorreu depois de uma discussão entre Rafael e a namorada. Durante a briga, ele a agrediu.

Desesperada, a mulher fugiu e pediu ajuda na recepção do hotel. Descontrolado, Rafael saiu do quarto, quebrando tudo o que via pela frente, inclusive nos corredores, destruindo lâmpadas e outros objetos. Foi quando bateu na porta do quarto 216, onde Paulo estava hospedado.

Ao abrir a porta, Paulo foi surpreendido por Rafael, que empurrou a porta e já o espancou até a morte. O lutador está preso desde o dia 19 de abril, aguardando julgamento, e já teve três pedidos de liberdade negados pela Justiça.

Local onde corpo de travesti foi encontrado tinha vários preservativos (Foto: Marcos Ermínio)
Local onde corpo de travesti foi encontrado tinha vários preservativos (Foto: Marcos Ermínio)

Em fevereiro, uma travesti foi assassinada após ser estuprada, espancada e jogada no Córrego Imbirussú, entre os bairros Zé Pereira e Vila Almeida, na saída para Aquidauana, em Campo Grande. O corpo foi encontrado em decomposição e com sinais de violência dentro da água cerca de dois após o crime.

Ágata Renata, 23 anos, era usuária de drogas e costumava se prostituir na Avenida Júlio de Castilho. Ela morava no Jardim Imá e os pais no Conjunto Zé Pereira. O nome masculino era Robson Elias.

A perícia encontrou a travesti seminua e com as calças baixadas. Foram encontrados sinais de espancamento e perfurações profunda atrás da cabeça.

Além dos sinais de espancamento, como um dos olhos saltado para fora, a travesti foi violentada sexualmente por mais de um homem. A pergunta que ficou cinco dias depois de achado o corpo, era: quem vai chorar no velório da travesti?

Luana chegou a ficar internada na Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. (Foto: Reprodução/WhatsApp)
Luana chegou a ficar internada na Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. (Foto: Reprodução/WhatsApp)

Em março, outra tragédia. Um crime banal, ocorrido no caminho da escola e dentro de um terminal de ônibus, interrompeu os sonhos da estudante Luana Braga Vilella, 16 anos, que queria ser dançarina profissional. Adepta do basquete e futsal, e integrante do grupo de dança de rua da Igreja Sara Nossa Terra, a adolescente foi morta a facadas ao tentar defender a amiga em uma confusão no Terminal Nova Bahia, em Campo Grande, na tarde de terça-feira (03). “Eu só fui separar a briga”, teria dito ela ao pai enquanto recebia atendimento médico, ainda consciente.

Luana estava com um grupo de colegas de escola e, ao descer do ônibus no Terminal Nova Bahia, flagrou a confusão. “Ela viu a amiga brigando e tentou separar”, explicou a namorada dela na época, Aline Flores, 15 anos.

A polícia apurou que a vítima realmente tentou acalmar os ânimos das outras meninas envolvidas e recebeu um golpe de faca na barriga. A amiga que ela tentou defender também foi atingida no braço.

O motivo do desentendimento seria ciúmes de um relacionamento homoafetivo entre duas adolescentes. A autora se apresentou a polícia, mas foi liberada após prestar depoimento. Ela responde por ato infracional análogo ao homicídio doloso e a tentativa de homicídio.

Ainda neste mês, outro caso que chamou a atenção da cidade foi o achado de uma ossada, no dia 28 de março, no Bairro Taveirópolis. Marília Débora Caballero desapareceu em 2003, aos 22 anos, foi encontrada dentro de uma fosse no quintal de uma empresa.

Os ossos estavam divididos em quatros sacos de ração, o que levou a polícia a suspeitar de esquartejamento. O ex-namorado de Marília, principal suspeito do crime, morreu em 2011.

A mãe da vítima, Íria Maidan, 59, leu a reportagem do Campo Grande News e, pelas características apresentadas nas investigações, suspeitou que a ossada seria de sua filha, fato confirmado dias depois por conta de uma prótese de silicone, implantado em agosto de 2003.

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