Com avanço do cigarro eletrônico, aumenta número de jovens com câncer de boca
Na região Centro-Oeste, a enfermidade figura em 5º lugar entre as mais incidentes nos homens
Com a popularização do cigarro eletrônico, o câncer bucal tem se tornado mais comum entre os jovens. O alerta é da gerente da Rede de Atenção Odontológica da Sesau, Christiane Salino, durante o Dia D da Semana de Prevenção realizado nesta quarta-feira (5) no CEM (Centro de Especialidades Médicas).
RESUMO
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O câncer bucal tem se tornado mais frequente entre jovens devido à popularização do cigarro eletrônico, alerta a gerente da Rede de Atenção Odontológica da Sesau, Christiane Salino. A estimativa nacional prevê mais de 15 mil novos casos de câncer de cavidade oral entre 2023 e 2025, sendo 180 em Mato Grosso do Sul. Durante ação preventiva no Centro de Especialidades Médicas, profissionais e estudantes realizaram triagens para identificar sinais da doença. Especialistas ressaltam que manchas, aftas persistentes e caroços no pescoço são sinais de alerta, e o diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.
Segundo a coordenadora da ação, a estimativa nacional é de mais de 15 mil novos casos de câncer de cavidade oral entre 2023 e 2025. Em Mato Grosso do Sul, são previstos 180 novos registros, sendo de 100 a 120 somente em Campo Grande. No Centro-Oeste, a doença ocupa a 5ª posição entre os tipos de câncer mais frequentes entre os homens.
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“Hoje, principalmente com a disseminação do vape, do cigarro eletrônico, e com a mudança na alimentação, vemos diagnósticos cada vez mais cedo em pacientes jovens. Então, isso é motivo de atenção e alerta para a população”, afirma Christiane.
Para identificar novos casos e reforçar a importância do diagnóstico precoce, estudantes da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e da Uniderp (Universidade Anhanguera-Uniderp), junto às equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e do CRO (Conselho Regional de Odontologia), fizeram busca ativa dentro e no entorno do CEM (Centro de Especialidades Médicas). Os pacientes passaram por uma triagem para avaliar sinais da doença e, quando necessário, foram encaminhados para especialistas.
O câncer de boca pode afetar lábios, gengivas, bochechas, céu da boca, língua (principalmente as bordas), orofaringe e a região embaixo da língua. “O paciente que identificar manchas, aftas que não cicatrizam, mancha branca persistente ou caroço no pescoço deve procurar uma unidade de saúde e o atendimento qualificado para avaliação e acompanhamento”, orienta Christiane.
Apesar do susto que o diagnóstico provoca, ela reforça que a detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura. “Quando diagnosticado tardiamente, o câncer de boca traz mutilações e uma qualidade de vida muito ruim para o paciente.”
A coordenadora da Comissão de Prevenção ao Câncer de Boca do CRO-MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul), Gabriela Chicrala, explica que o tratamento pode envolver cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. O cirurgião-dentista acompanha o paciente desde o diagnóstico até o pós-tratamento.
Gabriela também chama atenção para a necessidade de consultas regulares. “A ida ao dentista ainda está muito relacionada ao medo ou à dor. Precisamos mudar esse cenário.”
Entre os pacientes atendidos hoje, Maria Aparecida Martins, 63 anos, comemorou o resultado após a avaliação mostrar que sua saúde bucal está em dia. “Achei maravilhoso, porque muitas vezes você vai ao posto e espera meses para conseguir.”
A aposentada foi ao CEM apenas para marcar consulta, mas aceitou participar da triagem quando foi abordada pelos estudantes. Ela reforça que gostaria de ver ações como essas mais perto de casa. “Deveria haver triagens nos bairros também. Há muita gente que não consegue vir ao centro. Meu esposo não pode caminhar, e eu tenho dificuldade de pagar Uber.”
Outra paciente, Elizabeth de Souza, 71 anos, também aproveitou a triagem: “Tenho implante, então sempre vou ao dentista. Já estava na hora de voltar, então foi ótimo.”
Já Aparecida de Fátima, 64 anos, recebeu encaminhamento para especialista após passar pela avaliação. “Eu só vou ao dentista quando tenho uma dorzinha. Eles viram algo e vão me encaminhar para ver o que é.”
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