SUS vai oferecer contraceptivo moderno que custa até R$ 4 mil na rede privada
Implante hormonal eficaz por até três anos, será disponibilizado gratuitamente a partir do 2ª semestre
O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira (3) que o SUS (Sistema Único de Saúde) passará a oferecer, ainda em 2025, o Implanon, um implante subdérmico contraceptivo de longa duração que pode custar entre R$ 2 mil e R$ 4 mil na rede privada. O novo método será disponibilizado gratuitamente à população, com previsão de início no segundo semestre.
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O Sistema Único de Saúde (SUS) incluirá o implante contraceptivo Implanon em seu programa de planejamento familiar a partir do segundo semestre de 2025. O dispositivo, que custa até R$ 4 mil na rede privada, será oferecido gratuitamente à população, com investimento federal de R$ 245 milhões para distribuição de 1,8 milhão de unidades até 2026. O Implanon é um contraceptivo subdérmico de longa duração que libera etonogestrel, hormônio que inibe a ovulação, com eficácia por até três anos. A medida integra ações de redução da mortalidade materna, especialmente entre mulheres negras, e será implementada após capacitação das equipes de saúde para sua aplicação e remoção.
Segundo o Governo Federal, o objetivo é ampliar o acesso a métodos contraceptivos eficazes e prevenir gestações não planejadas. O Implanon libera etonogestrel, hormônio que inibe a ovulação, e tem eficácia por até três anos sem necessidade de manutenção.
A expectativa é distribuir 1,8 milhão de implantes até 2026, sendo 500 mil apenas neste ano. O investimento total será de R$ 245 milhões. A decisão de incorporar o método ao SUS foi aprovada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde).
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que o método tem eficácia superior à maioria dos contraceptivos atualmente ofertados e será fundamental no planejamento reprodutivo de mulheres brasileiras. “Agora vamos orientar as equipes, fazer a compra e iniciar o uso no SUS ainda neste ano”, disse.
Atualmente, o único método de longa duração oferecido pelo SUS é o DIU de cobre. O Implanon se junta a essa categoria, chamada de LARC (Contraceptivos Reversíveis de Longa Duração), considerada mais eficaz por não depender do uso contínuo ou correto por parte da usuária, como ocorre com pílulas e injetáveis.
A fertilidade retorna rapidamente após a remoção do implante, o que o torna também uma alternativa reversível. A colocação e retirada serão feitas por médicos ou enfermeiros capacitados. O Ministério da Saúde informou que equipes da atenção básica passarão por formação prática e teórica para ampliar a oferta do método.
A medida também integra ações de redução da mortalidade materna, especialmente entre mulheres negras, com metas de corte de 25% na mortalidade geral e 50% entre negras até 2027, compromisso assumido junto aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A portaria que oficializa a incorporação do Implanon será publicada nos próximos dias. A partir disso, o Ministério da Saúde terá 180 dias para viabilizar a oferta em todo o país, incluindo aquisição dos dispositivos, capacitação de profissionais e atualização das diretrizes clínicas.
Além do Implanon, o SUS oferece atualmente os seguintes métodos contraceptivos: preservativos (interno e externo), anticoncepcionais orais, injetáveis hormonais, DIU de cobre, laqueadura tubária e vasectomia. Apenas os preservativos oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis.