Limites em relação ao sexo é algo que precisa estar sempre no radar
A questão de limites em relação ao sexo (até onde ir, o que topar e em que momentos) é algo que precisa estar sempre no nosso radar. É uma coisa fundamental a se esclarecer para que a prática seja sempre saudável e, claro, amplamente prazerosa.
Para refletir um pouco mais sobre isso, selecionei três perguntas básicas que sempre emergem nas palestras e outras ações educativas que faço pelo Brasil. Elas podem ajudar cada pessoa, em especial do universo adolescente, a lidar com situações das mais variadas em torno das tão complexas experiências sexuais que vivemos. Vamos a elas.
Até onde pode ir uma ficada?
Essa é uma questão delicada. Cada pessoa é que precisa, por si só, saber até onde deve ir. No mundo jovem, desejo sexual se tem de sobra, sabemos bem. Mas talvez seja importante considerar que sexo é uma prática íntima demais para se viver sem que seja com alguém realmente especial (e já falamos disso inúmeras vezes por aqui).
Ou seja, não dá para banalizar essa história, você não acha? Então, o limite da ficada precisa ser estipulado levando tudo isso em consideração.
Quase fiz sexo numa balada. Será que eu podia ter topado?
Você acha que deveria? Ou não? Precisa avaliar bem os prós e os contras. Afinal, a vida é sua e é você quem deve cuidar bem do que fazer com ela. Mas vale muito repetir aqui a ideia sobre a banalização (no sentido de tornar algo comum demais e, justamente por isso, sem tanto valor).
No fundo, sexo não é para ser algo banal, comum, sem valor. Na verdade, talvez essa prática mereça um lugar bastante especial (sim, bem especial mesmo) na vida de cada pessoa. E não sei se uma balada oferece esse tipo de critério e seleção.
Como sei o meu limite quanto ao sexo? Devo topar em que momentos?
A dica é: a gente deve ir apenas até onde quer, de fato, ir. Esse pode ser o seu critério de escolha, em relação ao momento, às pessoas e também quanto às práticas sexuais em geral.
Não é bacana nem saudável fazer algo exclusivamente para agradar ao outro. Ou para ceder à pressão de um grupo de amigos e/ou amigas, por exemplo. Sabendo disso, a principal dica é: siga a sua cabeça, o seu coração, o seu faro, as suas sensações. Assim tudo fica muito mais saudável e, com certeza, mais prazeroso também.
(*) Laura Muller, psicóloga clínica, comunicadora e especialista em educação sexual. É autora de 'Educação Sexual em 8 Lições - Como Orientar da Infância à Adolescência', entre outras obras, através da Folha de S.Paulo
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