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Cidades

MS reduziu mortalidade por aids em 7,8% na última década

Em 2023, o estado contabilizou 171 óbitos relacionados à doença, a menor taxa de mortalidade desde 2013

Por Jhefferson Gamarra | 21/12/2024 17:43
Teste de HIV/AIDS sendo realizado em campo-grandense, durante campanha Dezembro Vermelho. (Foto:Arquivo)
Teste de HIV/AIDS sendo realizado em campo-grandense, durante campanha Dezembro Vermelho. (Foto:Arquivo)

Mato Grosso do Sul registrou uma queda de 7,8% na taxa de mortalidade por aids nos últimos dez anos, de acordo com o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde nesta sexta-feira (21). Em 2023, o estado contabilizou 171 óbitos relacionados à doença, alcançando a menor taxa de mortalidade desde 2013, de 3,9 óbitos por 100 mil habitantes.

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Mato Grosso do Sul apresentou uma redução de 7,8% na taxa de mortalidade por aids na última década, atingindo o menor índice desde 2013. Apesar da diminuição de óbitos, houve um aumento de 4,5% nos casos de HIV em 2023, devido à maior capacidade de diagnóstico. Concomitantemente, o uso da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) mais que dobrou, contribuindo para o avanço no controle da epidemia, em linha com as metas nacionais e internacionais de eliminação da aids como problema de saúde pública até 2030. O aumento na testagem e o programa Brasil Saudável são fatores cruciais para esses resultados positivos.

Apesar do avanço na redução de mortes, os casos de HIV aumentaram 4,5% em 2023 em relação a 2022, reflexo da maior capacidade de diagnóstico dos serviços de saúde. O crescimento nas detecções está relacionado à ampliação da testagem, principalmente entre pessoas que realizaram o exame pela primeira vez.

Em linha com a estratégia de prevenção, o número de usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) mais que dobrou em Mato Grosso do Sul. O estado passou de 782 pessoas em 2022 para 1.328 em 2024. Em nível nacional, o Brasil atingiu a marca de 109 mil usuários de PrEP neste ano, representando um aumento de 100% em relação ao número de 2022.

A PrEP é distribuída gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e é uma das principais iniciativas para eliminar a aids como problema de saúde pública até 2030. A expansão da oferta de PrEP também tem contribuído para o cumprimento das metas da ONU (Organização das Nações Unidas). Em 2023, o Brasil diagnosticou 96% das pessoas vivendo com HIV, superando a meta global de 95%. Além disso, 95% das pessoas em tratamento atingiram a supressão viral.

De acordo com Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV/AIDS, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, o avanço na PrEP está diretamente ligado ao aumento da capacidade de diagnóstico. "Para entrar em PrEP, é necessário se testar. Isso tem ampliado significativamente a detecção de casos e nos aproximado do controle da epidemia", afirmou Barreira.

Em termos de perfil, os casos de infecção por HIV em 2023 se concentraram, em sua maioria, entre homens (70,7%), sendo que 53,6% ocorreram em homens que fazem sexo com homens. A faixa etária mais afetada é a de 20 a 29 anos (37,1%). Para os casos de aids, a maior incidência está entre pessoas de 25 a 29 anos (34%) e 30 a 34 anos (32,5%).

O programa Brasil Saudável, que visa eliminar ou reduzir 14 doenças e infecções até 2030, tem sido fundamental na resposta brasileira à aids, especialmente entre populações mais vulneráveis. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que a reconstrução dessa agenda foi desafiadora, mas os resultados refletem o diálogo com a sociedade civil e a priorização do tema pelo governo.

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