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Cidades

Onças se afastam das encostas, mas ações preventivas seguem em Corumbá

Animais foram avistados próximos ao rio e não levariam mais perigo aos moradores

Por Silvio de Andrade, de Corumbá | 22/07/2025 16:55
Onças se afastam das encostas, mas ações preventivas seguem em Corumbá
Integrantes da força-tarefa continuam monitorando a área onde foram avistadas as onças-pintadas. Fotos: Silvio de Andrade

Os moradores da Cacimba da Saúde e Mirante da Capivara, áreas dos bairros da Cervejaria e Generoso situadas entre as encostas de rochas de Corumbá e o Pantanal, não registraram a presença de onças-pintadas circulando ao entorno de suas casas nas últimas semanas.

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Onças-pintadas que circulavam pelos bairros da Cervejaria e Generoso, em Corumbá (MS), se afastaram da área urbana. Os animais haviam sido avistados entre abril e junho, após atravessarem o Canal do Tamengo, que deságua no Rio Paraguai. A presença dos felinos gerou pânico entre os moradores, com relatos de predação de animais domésticos. A força-tarefa, composta por órgãos ambientais, ONGs e forças de segurança, monitora a região e confirma o afastamento das onças. Pegadas recentes foram encontradas próximas ao rio, indicando que os animais retornaram ao seu habitat natural. Ações preventivas, como coleta de lixo, limpeza da área e instalação de iluminação e repelentes luminosos, continuam. Autoridades reforçam a importância da colaboração da população com o descarte correto do lixo e a proteção dos animais domésticos.

Entre os meses de abril e junho, dois animais atravessaram o Canal do Tamengo (que deságua no Rio Paraguai, ao lado da estação de captação de água da Sanesul) e invadiram os núcleos, predando cachorros, gatos e aves e levando pânico aos ribeirinhos urbanos.

Os felinos circulavam pelas encostas numa distância de 2 km e foram avistados também nos pátios da prefeitura e da escola municipal CAIC Padre Ernesto Sassida e em frente ao posto da Polícia Rodoviária Federal, na Rodovia (BR-262) Ramão Gomes, próximo à fronteira com a Bolívia.

A força-tarefa formada por órgãos ambientais, ongs e de segurança pública mantém monitoramento constante da área de conflito e os relatos de avistamento de duas onças adultas apontam que os animais se afastaram da região urbana.

Onças se afastam das encostas, mas ações preventivas seguem em Corumbá
Pegadas mais recentes foram encontradas próximas a plantação de hortas, na beira do rio

“As informações que temos, a partir dos moradores, são positivas; as onças foram vistas próximas ao rio e ao canal e não há registros de predação de animais domésticos desde junho”, disse Fabiane Gonçalves, responsável pelo Núcleo de Fauna do Ibama, em Campo Grande.

Repelentes luminosos - Em maio, quando os felinos foram avistados com frequência nas redondezas, principalmente à noite, a força-tarefa (Ibama, Polícia Militar Ambiental, prefeitura de Corumbá, Corpo de Bombeiros e Instituto Homem Pantaneiro) criaram mecanismos para afugentá-los.

Como era uma área carente de iluminação pública, com matagal e lixo acumulado, as ações ambientais e de infraestrutura urbana foram fundamentais para impedir a aproximação dos animais. Foi iniciada a coleta seletiva do lixo, três vezes por semana, limpeza da área e instalação de luminárias.

Os órgãos ambientais também instalaram câmeras de monitoramento e repelentes luminosos (equipamentos carregados pela luz natural que piscam em cores diferentes e em circulação) nos pontos onde foram encontradas pegadas dos visitantes.

Ambiente atraiu as onças - O abandono do lugar e os animais domésticos soltos criaram um ambiente propício para atrais as onças, que estariam se aproximando da cidade a procura de alimentos devido às queimadas e o retorno de áreas alagadas no Pantanal, que começa depois do Rio Paraguai.

Onças se afastam das encostas, mas ações preventivas seguem em Corumbá
Órgãos ambientais mantêm vigilância se reunindo semanalmente com as comunidades

A veterinária Arleni Mesquita, da Fundação de Meio Ambiente do Pantanal, órgão do município, informou que as rondas noturnas da Polícia Militar Ambiental continuam, exceto as equipes do Prevfogo (Ibama), as quais estão ocupadas com as ações preventivas ao fogo no Pantanal.

“Os órgãos da força-tarefa continuam se reunindo, monitoramento a área, e temos visitado os moradores toda semana para reforçar as ações ambientais sobre lixo e queimadas e de prevenção. O lixo é recolhido às terças, quintas e sábados”, relatou.

Para o pesquisador voluntário da força-tarefa Diego Viana, é preciso continuar acompanhamento a presença das onças, apesar de não haver novos registros.

“Tudo no Pantanal é complexo, por isso, o tempo trará respostas mais concretas em relação ao caso. A situação está mais calma agora, mas é importante a população estar atenta com o descarte irregular do lixo e a segurança de animais domésticos, principalmente durante a noite”, alertou.