Bairro tem área proibida, graças à mania de transformar ruas em terra de ninguém
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Conectando o bairro Oscar Salazar Moura da Cruz com a MS-010, trecho da rua Marquês de Herval recebe o selo de "área proibida". O histórico “medonho” da via, marcado por desova de corpos e descarte de lixo variado é o que tira os moradores do sério.
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Zona proibida - Ossada já queimada, vaso sanitário e entulho sem fim são alguns dos elementos que preenchem a rua em trecho que mais parece estrada vicinal no bairro Oscar Salazar. Em tom de desabafo, moradores dizem que reclamação no bairro não é distância e nem segurança nas outras ruas, mas “cultura” de transformar a via em terra de ninguém.
Quem mora próximo tenta trazer à memória quantas vezes equipes de limpeza passaram pela Marquês de Herval para dar cara nova. Há dez anos na região, Maria Aparecida Ferreira de Lima, de 55 anos, diz que perdeu a fé sobre o problema.
“Além de jogar de tudo por ali, eles ainda queimam e a fumaça vem toda para cá. A gente sabe que já teve desova de corpo, por exemplo. Antes era pior porque o lixo ficava até aqui na frente de casa, na Rua Martin Afonso de Souza, e o abandono era mais geral”, conta.
Deixando claro que não se aproxima da Marquês de Herval na parte sem asfalto, Luciano Ribeiro do Santos, de 53 anos, conta que a linha do lixo é como se fosse fronteira a não ser cruzada.
De dia já é ruim com o povo chegando de carriola e depositando lixo, fica pior ainda de noite porque os usuários vão para lá e ninguém chega perto. É só virar noite que a gente passa ainda mais longe, finge que nem existe.
Especificamente sobre o lixo, Luciano explica que não tem nem vontade de continuar limpando próximo da casa. “A gente dorme com as coisas limpas e acorda com lixo aí. Você tenta conversar com a pessoa e acaba sendo xingado”, diz.
Para o morador, é só fechar os olhos e imaginar que a via não existe para pensar em um bairro melhor. “Tem cachorro morto por lá, queima de pneu, tudo isso vem pra cá com o cheiro que não dá para ignorar”.
Histórico complicado - Puxando pela memória, os moradores citam desova de corpo e depósito de lixo como situações registradas na Rua Marquês de Herval.
Em 2016, Diego de Sá Barreto, de 28 anos, foi morto por João Leonel da Silva, que ficou conhecido como “Maníaco do Segredo”. Diego estava em seu carro, com uma mulher, quando foi assassinado com tiros no peito e na cabeça.
Exemplo recente sobre o lixo depositado a céu aberto, em janeiro deste ano a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) investigou lote de carne descartado irregularmente no local.
Os agentes encontraram etiquetas em parte do lote de carne e conseguiram identificar a empresa responsável pelo material. Somando o produto, a quantidade se aproximava de 2 toneladas deixadas no local.
Crime ambiental, o descarte irregular de resíduos gera autuação administrativa e multa que varia entre R$ 2.414,50 e 9.685. Denuncias podem ser feitas para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano pelo 156 ou ara a Guarda Civil Metropolitana pelo 153.
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