“Eles destruíram uma família”, diz irmã de jovem assassinado a facadas
Parente afirma que vítima nunca integrou facção criminosa nem era usuária de drogas

“Raiva, angústia… que eles sofram tudo que meu irmão sofreu. Meu pai está desolado, minha mãe também… eles destruíram uma família.” Com essas palavras, Emanuelle Vitória da Silva, de 19 anos, descreve a dor pela morte do irmão, Leonardo Henrique da Silva Torres, de 26 anos.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Jovem de 26 anos é assassinado a facadas em Campo Grande. Leonardo Henrique da Silva Torres foi morto no sábado (23) no Bairro Nova Campo Grande. Dois suspeitos, Talia Loraine de Oliveira e Maikon Aparecido Oliveira Bezerra da Silva, foram presos. A família da vítima contesta a versão dos suspeitos e afirma que Leonardo foi atraído para um churrasco e morto injustamente. Segundo a irmã da vítima, Emanuelle Vitória da Silva, Leonardo foi acusado de envolvimento com facção criminosa antes de ser atacado. A polícia, por sua vez, afirma que Talia confessou o crime, alegando legítima defesa, e que Maikon disse ter participado "no embalo". O casal foi preso e autuado por homicídio qualificado. A polícia apreendeu facas, drogas, bebidas e cigarros na residência. O caso segue sob investigação.
Leonardo foi morto com diversos golpes de faca na tarde de sábado (23), no Bairro Nova Campo Grande, na Capital. Horas depois, Talia Loraine de Oliveira, suspeita de envolvimento, foi localizada a aproximadamente 950 metros do local do crime, e outro suspeito, Maikon Aparecido Oliveira Bezerra da Silva, conhecido como “Di Menor”, também foi capturado.
- Leia Também
- Suspeita de matar homem a facadas teve irmão assassinado 8 meses antes
- Acusado de homicídio no Nova Campo Grande é preso na casa da irmã
Segundo a família, Leonardo teria sido atraído para a casa de Talia e Maikon sob o pretexto de um churrasco. “Meu irmão saiu para beber e encontrou essa menina e esse homem. Eles pegaram o celular dele, acusaram-no de fazer parte de facção e, quando ele tentou correr, foram atrás dele. Gravaram e o esfaquearam na frente de dois filhos dela. Ele só foi assassinado porque acharam que ele tinha dinheiro, mas não tinha nada”, contou a irmã.
O corpo da vítima apresentava seis perfurações de faca, algumas tão violentas que, segundo Emanuelle, a lâmina chegou a quebrar. Leonardo morava com o pai e um irmão na Vila Carvalho e era descrito pela família como um jovem trabalhador, que ajudava a montar eventos com o pai e cuidava dos sobrinhos com dedicação.
“Eles não têm ideia da dor que estão causando. Meu irmão nunca foi de facção, nunca teve passagens pela polícia. Ele era trabalhador, ajudava em casa, ajudava a mim quando eu precisava de leite e fralda para meus filhos, não importava a hora nem o dia. E agora ele se foi”, desabafou Emanuelle.
Emanuelle reforçou a injustiça do crime: “Ele tinha amigos, acordava de madrugada para trabalhar nos eventos, ajudava em casa e acabou assim. Só queremos que a verdade seja dita.”
O velório de Leonardo irá começar às 12h desta quarta-feira (27) e o sepultamento será realizado ainda hoje. A família preferiu não divulgar o local da despedida.
O caso – O crime, segundo boletim de ocorrência, ocorreu dentro da residência de Talia, onde estavam quatro adultos e duas crianças, de um e oito anos. Segundo testemunhas, ela e um terceiro, identificado como Maikon Aparecido Oliveira Bezerra da Silva, atacaram a vítima após identificar suposta ligação dele com uma facção. A vítima tentou fugir, mas foi perseguida pelo casal até cair e receber pelo menos sete golpes de faca, que causaram sua morte no local.
Para a polícia, Talia confessou ser autora das facadas, alegando legítima defesa. Maikon, conhecido como “Di Menor”, foi preso na casa da irmã e afirmou que participou do ataque “no embalo” depois de ver fotos no celular da vítima com símbolos ligados ao CV (Comando Vermelho). O casal foi autuado em flagrante por homicídio qualificado.
Na residência, a polícia apreendeu facas, porções de droga, bebidas e cigarros. As filhas de Talia foram deixadas com uma testemunha e encaminhadas ao Conselho Tutelar.
O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que analisa depoimentos, histórico criminal do casal e a motivação do crime.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.