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Capital

Frigorífico reduz "podridão", mas novas denúncias fazem MP pedir outra vistoria

Já foi identificado que o setor de produção de farinha base para ração animal é onde são gerados os odores

Por Lucia Morel | 06/01/2025 17:27
Frigorífico reduz "podridão", mas novas denúncias fazem MP pedir outra vistoria
Sistema de ventilação interna do setor de produção de ração (seta em vermelho) e aberturas laterais superiores para saída de gases (setas em verde). (Foto: Reprodução)

A vistoria mais recente do Daex (Departamento Especial de Apoio às Atividades de Execução) do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em unidade frigorífica da JBS no bairro Nova Campo Grande identificou que melhorias foram feitas com vias em reduzir o mau cheiro proveniente do local, entretanto, houve nova denúncia de “podridão” e agora, o departamento e o Imasul foram acionados para mais vistorias.

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A recente vistoria do DAEX em uma unidade frigorífica da JBS em Nova Campo Grande revelou que, embora algumas melhorias tenham sido implementadas para reduzir o mau cheiro, novas denúncias de odores persistem. Os odores são atribuídos ao setor de produção de farinha para ração animal, onde restos de carne e ossos são processados. Apesar da presença de filtros, os moradores continuam a relatar incômodos, levando a ações judiciais por danos morais. O DAEX observou que a intensidade dos odores varia conforme a direção do vento e recomendou a instalação de uma cortina arbórea ao redor da fábrica, além de outras medidas para mitigar o problema, como o isolamento de áreas com maior emissão de gases. A promotora Luz Marina está acompanhando o caso e novas vistorias estão previstas.

Inquérito que tramita na 26ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, da promotora Luz Marina Borges Maciel Pinheiro, investiga a origem do mau cheiro e que medidas podem ser adotadas para contê-lo. Já foi identificado que o setor de produção de farinha base para ração animal é onde são gerados os odores, porque há trituração e cozimento de restos de carne e ossos bovinos.

Apesar de haver filtros no local que reduzem a emissão externa dos gases produzidos, isso não é suficiente para evitar que o mau cheiro incomode os moradores do bairro, que inclusive acionaram a Justiça com enxurrada de ações contra a empresa com pedido de indenização por danos morais decorrentes do ar “podre” que respiram.

“O DAEX ratifica a constatação de que os odores detectados pela equipe técnica nas imediações do frigorífico JBS, também relatados pelos moradores lindeiros, são os mesmos odores característicos do processo de produção de farinha base para ração animal percebidos na última vistoria, principalmente nas imediações do sistema biológico que trata os gases gerados no setor de subprodutos”.

Mesmo com a constatação, o Daex evidencia que o mau cheiro não é constante e varia conforme a direção do vento. “(...) a intensidade e alcance de possíveis maus odores gerados pelo sistema produtivo, bem como o nível de incômodo causado na população lindeira, estão diretamente associados à direção e velocidade dos ventos predominantes, e inversamente proporcional à eficiência do sistema lavador de gases”.

Com isso, a solução apresentada pelo departamento é de implantação de cortina arbórea e todo perímetro da fábrica. “Ademais, no intuito de impedir o acesso de indivíduos não autorizados nas proximidades (...) e da mesma forma garantindo a integridade e desenvolvimento de mudas a serem plantadas para constituição da cortina arbórea, recomenda-se a instalação de cerca em toda a lateral considerada”.

São ainda recomendações do Daex ao frigorífico - caso as reclamações de mau cheiro não cessem - fazer a cobertura total e isolamento das unidades com maior emissão de gases com maus odores e realizar o planejamento, a médio prazo, para mudança de local da fábrica.

O relatório é de outubro, mas, em novembro, houve nova reclamação de mau cheiro feito ao MP por morador do bairro e, com isso, a promotora Luz Marina determinou nova vistoria do Daex e aguardo pela análise do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) em relação ao Plano de Monitoramento apresentado pela empresa diretamente ao órgão.

A reportagem procurou a JBS, mas não obteve resposta até o fechamento deste material.

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