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Capital

Justiça ouve vítima e testemunhas contra PMs presos por cobrança de propina

Sete pessoas devem ser ouvidas nesta tarde. Os policiais presos pelo crime também acompanham a audiência

Geisy Garnes e Anahi Gurgel | 17/01/2018 15:32
Audiência foi realizada no fórum de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)
Audiência foi realizada no fórum de Campo Grande (Foto: Paulo Francis)

A Auditoria Militar ouve nesta tarde sete testemunhas de acusação contra os policiais militares que são réus no processo sobre cobrança de propina para liberação de uma carga de cigarro contrabandeada do Paraguai. O caso foi descoberto no dia 1ª de dezembro e desencadeou uma operação da Corregedoria da Polícia Militar e resultou na prisão dos sete policiais.

Desde as 14 horas, o juiz Alexandre Antunes da Silva ouve as vítimas do crime e também testemunhas de acusação. Segundo o despacho feito pelo magistrado, o condutor do caminhão que transportava a carga, Rogério Fernandes Mesquita e o homem responsável por ajudar na ação da polícia durante o flagrante, Fábio Garcete, devem prestar depoimento.

Conforme a assessoria do Fórum de Campo Grande, Rogério está Japorã - a 487 quilômetros de Campo Grande - e por isso prestará depoimento por videoconferência. Além dele e de Fábio, a previsão é que outras cinco pessoas sejam ouvidas nesta tarde.

Os sete militares também foram intimados a participar da audiência, acompanhados dos advogados. Segundo o juiz, caso haja tempo após todos as testemunhas prestarem depoimento, os autores podem ser ouvidos ainda hoje. Do contrário, uma nova audiência será marcada. Ainda não há informações sobre faltas.

Caso - O terceiro sargento Alex Duarte de Aguir, de 38 anos, os cabos Rafael Marques da Costa, de 28 anos, Eduardo Torres de Arruda, 37 anos, João Nilson Cavanha Vilalba, 40 anos, Felipe Fernandes Alves, 31 anos, e os soldados Lucas da Silva Moraes, 28 anos, e Walgnei Pereira Garcia, de 34 anos, foram denunciados após cobrarem R$ 150 mil para liberarem uma carga de cigarro contrabandeado.

Todos eram lotados no 10º Batalhão de Polícia Militar em Campo Grande, responsável pelo policiamento na região sul, onde o caso aconteceu, e agora passam a ser réus por concussão, crime exclusivo de funcionário público que exige vantagem indevida, e ainda por sequestro.

Baseada na investigação da Corregedoria da Polícia Militar, feita com apoio do Gaeco (Grupo Especial de Atuação e Repressão ao Crime Organizado, a denúncia da promotora Renata Ruth Fernandes Goya Marinho indicou que os policiais usaram uma viatura da corporação para sequestrar, no dia 1 de dezembro, o motorista de um caminhão-baú carregado de cigarros vindo do Paraguai.

O motorista ficou em poder dos policiais até 19h40 daquele dia quando foi armado um flagrante, com a colaboração de Fábio Garcete, que já foi preso este ano por contrabando de cigarro e denunciou a cobrança para liberar a carga. Na data, o sargento Alex Duarte e o cabo Rafael Marques foram presos em flagrante.

Os outros cinco policiais envolvidos na cobrança de propina foram presos uma semana depois, no dia 7 de dezembro, durante uma ação da corregedoria. Todos os militares permanecem presos no Presídio Militar Estadual - localizado no complexo penitenciário de Campo Grande, no Jardim Noroeste.

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