Tradicional gincana japonesa, Undokai reúne mais de 2 mil pessoas na Capital
Evento organizado pela Associação Nipo iniciou às 8h e segue até 17h, com 20 jogos para todas as idades

Unindo tradição, esporte e convivência familiar, o 38º Undokai reuniu cerca de duas mil pessoas na sede de campo da AECNB (Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira), em Campo Grande, neste domingo (4). O evento começou às 8h e segue até as 17h, com brincadeiras, comidas típicas e integração entre gerações.
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Evento tradicional da comunidade japonesa em Campo Grande, o 38º Undokai reuniu cerca de duas mil pessoas na sede da Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira (AECNB). Com atividades das 8h às 17h, o evento contou com brincadeiras, comidas típicas e integração entre gerações. O Undokai, que significa "dia dedicado à atividade esportiva", teve 20 jogos, como corrida do ovo na colher, cabo de guerra e caça ao tesouro. O objetivo principal é a confraternização e o fortalecimento dos laços comunitários, com premiações simbólicas. Além dos jogos, houve barracas com pratos típicos japoneses, como sobá, sushi e tempurá, e apresentação de Taikô. Autoridades presentes destacaram a importância do evento para a cultura e o incentivo ao esporte, ressaltando a contribuição da comunidade japonesa para o desenvolvimento do estado.
O Undokai é uma espécie de gincana promovida pela comunidade japonesa que acontece anualmente no mês de maio e já virou tradição na Capital. A presidente da AECNB, Maria Leny Adania de Sylos, explica que a palavra “Undō” significa ginástica, esporte, e “kai” significa associação, em japonês - ou seja, um dia dedicado à atividade esportiva.
“É um evento familiar. As famílias vêm aqui para passar um dia festivo, alegre, onde nós oferecemos várias brincadeiras - tanto para crianças quanto para jovens, adultos e também para os nossos idosos”, diz Maria. “Inclusive, tem uma brincadeira que é uma corrida de gerações, que envolve desde as crianças bem pequenas até os mais velhos”, complementa

.Ela explica que, nesta 38ª edição, são 20 jogos no total, entre eles corrida do ovo na colher, cabo de guerra, caça ao tesouro e a própria corrida de gerações. Os jogos são apresentados primeiramente em português e depois anunciados em japonês.
Maria destaca que o objetivo do Undokai é envolver toda a família nas brincadeiras - inclusive no encerramento, com a última atividade sendo a limpeza geral. “No final mesmo, a gente convida os jovens para ajudar a limpar, tirar o lixo, as garrafas, enfim - para deixar o ambiente legal. Já faz parte, inclusive, da educação ambiental”, afirma.
Segundo o vice-presidente da associação e organizador do evento, Claudio Oikawa, o espírito do Undokai é a confraternização entre os participantes. “Não é preciso ser atleta, o importante é participar. As premiações são simbólicas, como lápis ou biscoitos. O foco é fortalecer os laços comunitários”.
Além da parte lúdica, a área gastronômica contou com barraquinhas que serviram pratos como sobá, sushi, tempurá e tonkatsu. O evento também teve apresentação de Taikô - a tradicional dança com tambores e trajes típicos do Japão.

Tradição entre gerações - Além do momento de lazer e competição, o Undokai também tem sido uma forma de unir gerações de famílias japonesas. Uma das que participaram foi a de Cleberson Yamada e Renata Miyamoto, ambos professores de Educação Física, que levaram os dois filhos, Luca, de 10 anos, e Lara, de 9; além da mãe de Renata, Fujiko Miyamoto, 79, e os pais de Cleberson, Zulmira Yamada, 81, e Akira Yamada, 80.
Cleberson explicou que esse é o terceiro ano em que todos participam do Undokai e reforçou que é uma tradição tanto no Brasil quanto no Japão, que reúne descendentes e não descendentes. “A colônia japonesa mantém viva essa tradição aqui. Já são mais de 100 anos de imigração, e é impressionante como eles conseguem se organizar para realizar um evento assim, onde toda a comunidade é convidada. Não são só os descendentes de japoneses que participam - quem não é também pode vir, e se diverte. As crianças se divertem, os idosos também, é um momento em que todo mundo tem vez”.

Renata lembrou que o Undokai é uma tradição familiar. “Desde os pequenininhos até os mais velhos, todos convivem no mesmo evento. Todo mundo participa e está junto da família. Isso tem muito a ver com o espírito familiar e a tradição japonesa - algo que sempre esteve presente nas famílias e que a gente tenta manter aqui no Brasil”.
Ela contou que também participava quando era criança, em São Paulo, sua cidade de origem. Hoje, ela pode ver seu filho Luca vencer uma das provas. “Desde a idade da minha filha eu já participava, e é muito parecido com o que era há quase 40 anos. Isso se manteve. A cultura japonesa consegue preservar o que os nossos antepassados fizeram e trazer isso para os dias de hoje. As crianças têm a oportunidade de viver as mesmas atividades que nós vivemos quando éramos pequenos”, diz Renata.
Ambos esperam que a tradição também seja mantida pelos filhos. “Apesar de trazermos as crianças para se divertirem, também trazemos os pais, que levavam a gente quando éramos pequenos. E a gente espera que, no futuro, as crianças também nos tragam quando estivermos velhinhos, para que possamos continuar nos divertindo com essa tradição”, comenta Cleberson.
Valorização - Representando o governador Eduardo Riedel (PSDB), o secretário de Estado de Turismo, Esporte e Cultura, Marcelo Miranda, destacou a importância do evento para a memória cultural de Mato Grosso do Sul e como incentivo à prática esportiva. “Ele foi criado com uma finalidade muito bacana: estimular a prática de atividade física e a educação física, principalmente entre crianças e idosos. É muito legal ver a Associação Nipo manter essa tradição viva aqui em Campo Grande”, afirmou.

Marcelo também reforçou que a colônia japonesa teve papel essencial na formação de Mato Grosso do Sul e segue ativa no desenvolvimento econômico. “Essa presença do governo não é só um apoio, é uma forma de gratidão e reconhecimento. E não apenas nesse evento - também estamos juntos no Bon Odori, no Festival do Japão, entre outros que celebram a cultura japonesa e essa colaboração histórica”.
O Estado fornece toda a infraestrutura necessária para o evento, como tendas, som e ambulância. “É um gesto de reconhecimento à contribuição da colônia japonesa na construção e no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul”, acrescentou Marcelo.

Representando a prefeita Adriane Lopes (PP), o secretário de Articulação Regional, Darci Caldo, também destacou a relevância do evento para a cidade. “A sociedade nipônica ajudou a construir nosso Estado e nosso município. São médicos, profissionais diversos que contribuem com a cidade. É uma festa importante, de reunião familiar e de valor cultural. A Prefeitura não poderia ficar de fora disso e sempre esteve presente”.
Darci também destacou sua ligação pessoal com a cultura japonesa. “Já morei no Japão por três anos, minha esposa é descendente, então a cultura japonesa está dentro da minha casa, a gente convive com isso”.
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