Briga durante bebedeira termina em morte por facão na fronteira
Autor do homicídio fugiu a pé, mas foi preso em área de mata após buscas da polícia com a comunidade
Uma briga durante bebedeira terminou em morte na Aldeia Potrero Guaçu, localizada em Paranhos, município sul-mato-grossense na faixa de fronteira com o Paraguai. A vítima, o indígena Samuel Oliveira Lederme, de 36 anos, foi atingida por golpe de facão no pescoço e morreu na hora, durante a madrugada de terça-feira (1).
RESUMO
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Um indígena de 36 anos foi morto com golpe de facão no pescoço durante uma briga na Aldeia Potrero Guaçu, em Paranhos, Mato Grosso do Sul. O crime ocorreu na madrugada de terça-feira, durante uma bebedeira. O autor, um paraguaio de 25 anos, foi preso no dia seguinte em área de mata próxima à fronteira. O caso evidencia o problema do alcoolismo nas aldeias sul-mato-grossenses. Segundo estudo da UFGD, o consumo de álcool nas comunidades indígenas ultrapassou aspectos tradicionais, tornando-se patológico e associado a casos de violência, desnutrição infantil e suicídios.
O autor, também indígena, foi preso na quarta-feira (2), após ser localizado em área de mata próxima à divisa internacional. Segundo a Polícia Civil, ele foi identificado como R.L.A., de 25 anos, de nacionalidade paraguaia, e confessou o crime. O facão usado no homicídio ainda não foi encontrado.
De acordo com uma testemunha, a briga ocorreu enquanto os dois bebiam juntos. Após desentendimento, o autor atacou a vítima e fugiu a pé. A polícia montou força-tarefa com apoio da comunidade indígena e, após buscas ininterruptas, conseguiu localizar o foragido, que foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por recurso que dificultou a defesa da vítima.
Alcoolismo nas aldeias - O caso volta a escancarar o impacto do alcoolismo nas aldeias sul-mato-grossenses, onde a violência associada ao uso abusivo de álcool e outras drogas se tornou um problema crônico.
Segundo levantamento da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) com dados das aldeias Bororó e Jaguapiru, em Dourados, “beber deixou de ser somente algo da tradição singular indígena e em alguns casos passou a ser patológico”. A pesquisa aponta que desnutrição infantil, suicídios e agressões passaram a compor a rotina dessas comunidades.
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