Dono de marca com ternos a R$ 7 mil mantinha trabalhadores em currais
Sócio de grupo multimilionário é proprietário da fazenda onde situação degradante foi flagrada

Um dos donos do Grupo Veneto, do qual faz parte a grife masculina Brooksfield, Carlos Manuel da Silva Antunes está ligado a um caso de trabalho análogo à escravidão flagrado em Brasilândia. Ele é proprietário da Fazenda Beatriz, de onde as vítimas foram resgatadas em agosto deste ano.
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O Grupo Veneto, proprietário da grife Brooksfield, que comercializa ternos de luxo por até R$ 7 mil, está envolvido em denúncia de trabalho análogo à escravidão em Mato Grosso do Sul. Carlos Manuel da Silva Antunes, um dos donos do grupo, é proprietário da Fazenda Beatriz, em Brasilândia, onde trabalhadores foram encontrados em condições degradantes. Na propriedade, as vítimas eram alojadas em currais, submetidas a jornadas exaustivas e sem salários adequados. Dois gerentes da fazenda foram presos durante operação de resgate. Esta não é a primeira vez que o grupo se envolve em denúncias similares, tendo já constado na Lista Suja do Trabalho Escravo por irregularidades em São Paulo.
O nome de Carlos e do grupo multimilionário veio à tona após matéria do portal Metrópoles publicada ontem (14). Além da loja que vende ternos a mais de R$ 7 mil, o Veneto abarca conglomerado com outras empresas de moda.
Não é a primeira vez que o nome surge em meio a denúncias como essas. A Brooksfield já fez parte da Lista Suja do Trabalho Escravo por manter pessoas trabalhando em condições abusivas em uma oficina de São Paulo, incluindo adolescentes.

O Campo Grande News tentou contato com a Brooksfield e o Grupo Veneto, mas não teve retorno. Por ligação, o advogado de Carlos Manuel em Mato Grosso do Sul afirmou que não iria se manifestar.
Caso em MS - Segundo a Polícia Civil, os trabalhadores ficavam alojados em currais e depósitos da Fazenda Beatriz, em situação degradante, sem condições mínimas de higiene e sem direito a cobertores para dormirem. Além disso, eram submetidos a jornadas exaustivas de trabalho de segunda a sábado, superiores a nove horas diárias, sem receber salários adequados e sem direito a transporte.
Vítimas relataram que eram obrigadas a comprar alimentos e itens de higiene diretamente de aliciadores, com descontos em seus salários. Quando precisavam de médico, tinham que percorrer longos trajetos a pé até a cidade.
Foram identificados seis trabalhadores no local na data do flagrante. A Polícia apurou que mais cinco teriam sido retirados às pressas da fazenda quando funcionários souberam que seria feita uma ação de resgate.
Gerentes presos - O delegado da Polícia Civil de Brasilândia, Avelino Rafael Mantovani, confirmou hoje (15) que dois gerentes da fazenda presos no dia da operação de resgate continuam detidos.
A reportagem questionou o MPT (Ministério Público do Trabalho) e a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul se entraram com ações judiciais contra Carlos Manuel e o grupo, mas não teve retorno até a publicação da matéria.
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