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Interior

Preso por tráfico, alvo de operação usou advogado para ameaçar testemunhas

Alessandro Calonego da Silva é acusado de integrar esquema de remessa de cocaína da fronteira para SP

Por Helio de Freitas, de Dourados | 25/09/2025 12:08
Preso por tráfico, alvo de operação usou advogado para ameaçar testemunhas
Policiais durante Operação Carbón Blanco, 1ª fase da investigação, em setembro de 2024 (Foto: Arquivo)

Dono de empresa de fachada, Alessandro Calonego da Silva foi um dos alvos da Operação Ultima Fumus, deflagrada terça-feira (23) pela Polícia Federal contra traficantes radicados em Ponta Porã, na fronteira com o Paraguai.

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Alessandro Calonego da Silva, preso em setembro de 2024 durante a Operação Carbón Blanco, ameaçou testemunhas utilizando um advogado de São Paulo. A Polícia Federal deflagrou a Operação Ultima Fumus na terça-feira (23), prendendo Calonego novamente, além de José Luís Martins Junior, conhecido como "Juninho Brahma", e seu irmão, Tiago Benites Martins, o "Russo". "Juninho Brahma", membro do PCC, cumpria prisão domiciliar após condenação a 30 anos de reclusão, mas continuava coordenando o tráfico de cocaína. As investigações começaram em janeiro de 2024, após a apreensão de 1.500 quilos de cocaína em Araçatuba (SP). A droga era proveniente da fronteira entre Paraguai e Mato Grosso do Sul e foi enviada pela empresa de fachada de Calonego. "Juninho Brahma" também é suspeito de ligação com o mega-assalto em Araçatuba, em agosto de 2021.

Preso em setembro do ano passado no âmbito da Operação Carbón Blanco – primeira fase da investigação –, Calonego ameaçou testemunhas do processo. Para mandar o “recado” de dentro do presídio onde está recolhido, ele usou um advogado de São Paulo, também investigado pela PF.

Na terça-feira, policiais federais foram até o presídio e cumpriram outro mandado de prisão preventiva contra Calonego. Além dele, foram presos José Luís Martins Junior, o “Juninho Brahma”, e o irmão dele, Tiago Benites Martins, o “Russo”.

Integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), “Juninho Brahma” havia sido preso em 2021 na companhia de outros membros da facção criminosa, em Pedro Juan Caballero.

Condenado a 30 anos de reclusão pela Justiça brasileira, ele cumpria prisão domiciliar, de onde, segundo a Polícia Federal, continuava coordenando o esquema de remessa de cocaína. É apontado como o “Zero 1” do esquema e seu irmão, Tiago, o “Zero 2”.

De acordo com a PF, as investigações tiveram início em janeiro de 2024, após a apreensão de 1.500 quilos de cocaína em Araçatuba (SP). A droga foi enviada da linha internacional entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul.

A primeira fase da ação, a Operação Carbón Blanco, foi deflagrada em setembro de 2024, culminando na prisão de Alessandro Calonego, Wagner Freitas Martins e Gustavo Aurélio de Oliveira.

Durante oito meses de investigação, os federais descobriram que a cocaína apreendida em meio a uma carga de carvão vegetal em Araçatuba tinha sido despachada pela empresa de fachada de Alessandro Calonego, localizada no Parque das Aroeiras, em Ponta Porã.

Quando foi preso, em setembro, Wagner Freitas Martins aparecia como dono de um lava-rápido e garagem de revenda de veículos seminovos, na Avenida Brasil, centro de Ponta Porã. No dia da operação, a PF apreendeu no estabelecimento uma caminhonete RAM, um Porsche Cayenne e R$ 24 mil em espécie.

Já Gustavo Aurélio de Oliveira aparecia como dono de empresa de organização de eventos, com endereço no Parque Residencial Azaleia, em Campo Grande.

Mega-assalto – O Campo Grande News apurou que “Juninho Brahma” também mantinha ligações com a célula do PCC responsável pelo mega-assalto ocorrido em 30 de agosto de 2021 em Araçatuba.

Naquela noite, assaltantes utlizando carros blindados e armas com capacidade até para derrubar helicóptero promoveram arrastão em agências bancárias da cidade. Usando moradores como reféns, os assaltantes fizeram ataques simultâneos aos cofres dos bancos e ao quartel da Polícia Militar.

No dia 5 de outubro de 2021, a Polícia Federal deflagrou a Operação Escritório do Crime em Ponta Porã. Simultaneamente, a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai fez incursões contra alvos em Pedro Juan Caballero.

A ação mirava esquema de tráfico de drogas e de armas, mas culminou na prisão de envolvidos no mega-assalto, encontrados na casa de alto padrão de “Juninho Brahma” em Pedro Juan Caballero.

Naquela operação também foi preso Anderson Menezes de Paula, o “Tuca”, que havia chegado há pouco tempo à fronteira. Após coordenar o assalto em Araçatuba, ele foi mandado para a linha internacional para coordenar as ações da facção e para liderar os chamados “Justiceiros da Fronteira”, grupo de extermínio responsável por dezenas de assassinatos na região.

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