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Interior

Projeto Portal e Incra brigam na Justiça por valor de indenização

Aline dos Santos | 29/06/2011 11:36
Projeto Portal criou cidade esotérica em Corguinho. (Foto: Bira Martins)
Projeto Portal criou cidade esotérica em Corguinho. (Foto: Bira Martins)

O Projeto Portal, que criou uma cidade esotérica em Corguinho, e o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) brigam na justiça pelo valor da indenização pela área desapropriada.

O órgão federal determinou desapropriação de 1,4 mil hectares em Corguinho para atender remanescentes de quilombola. A área inclui 400 hectares do projeto, que, ao todo, ocupa uma propriedade de 1.040 hectares.

De acordo com o líder do Projeto Portal, Urandir Fernandes de Oliveira, já houve acordo quanto à desapropriação de metade dos 400 hectares, mas não quanto ao valor de indenização.

“O Incra quer pagar R$ 2.076 por hectare, mas a nossa avaliação é que vale R$ 6.500. O juiz determinou que o perito faça uma nova avaliação”, salienta Urandir. Segundo ele, a área tem benfeitorias como ponte e estradas.

Quanto ao restante da área, o projeto vai tentar reverter o processo de desapropriação na justiça. “Vamos brigar”, promete Urandir.

Em fevereiro deste ano, o líder do Projeto Portal afirmou que poderia “fechar as portas”, trocando Mato Grosso do Sul por uma área na Amazônia.

Contudo, a intenção hoje é permanecer em Corguinho, desde que seja garantida pelo poder público uma estrada de acesso ao projeto, que, com as desapropriações será dividido em três partes.

Urandir afirma que o projeto atrai turistas e contribui para sustentar a economia das cidades de Corguinho e Rochedo. Conforme ele, existe até abaixo-assinado para que não deixem a região.

Ele lembra que fatores esotéricos também prendem o grupo a Corguinho, cidade de 4.370 habitantes, a 88 km de Campo Grande. Segundo o líder do projeto, a localização geográfica garante a Corguinho o título de um dos melhores pontos para avistar ovni (objeto voador não identificado).

“A localização é de 19 graus de latitude Sul, que tem hiperatividade vibracional”, assegura. Conforme Urandir, há outros pontos no mundo, incluindo a Amazônia, com essa predisponibilidade ao turismo ufológico. “Mas o de Mato Grosso do Sul é o melhor de todos”.

Na cidade esotérica, também são comercializados lotes para construção de casas especiais. São construções elaboradas com formatos exóticos, com promessa de resistir a terremotos e vendavais. De acordo com Urandir, já fora construídas 28 casas, que estão localizadas em área a salvo da desapropriação.

Segundo Urandir, não houve acordo quanto a valor de indenização. (Foto: João Garrigó)
Segundo Urandir, não houve acordo quanto a valor de indenização. (Foto: João Garrigó)
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