Refeitório fraudava 100 refeições por dia para inflar contrato com UFMS, diz PF
Restaurante universitário de Três Lagoas foi fechado no dia 24, depois que UFMS encontrou indícios de fraude
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Investigação da PF (Polícia Federal) apurou que a empresa terceirizada, responsável pelo restaurante na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Três Lagoas, continuava registrando o consumo de refeições, mesmo após fechamento do refeitório.
RESUMO
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Investigação da Polícia Federal revelou que uma empresa terceirizada fraudava o consumo de refeições na UFMS em Três Lagoas, registrando refeições não distribuídas para inflar o contrato. A fraude envolvia a passagem de 100 carteirinhas estudantis por dia após o fechamento do refeitório. A UFMS interditou o restaurante e a PF cumpriu mandados de busca, apreendendo computadores e celulares. A investigação começou após a UFMS relatar suspeitas de fraude e desvio de recursos. A universidade suspendeu licitações para restaurantes em outros campi e planeja fornecer auxílio alimentação aos estudantes.
Segundo a PF, por dia, os envolvidos passavam 100 carteirinhas estudantis no sistema para simular o consumo de refeições que não foram distribuídas e, assim, turbinar o pagamento previsto no contrato do serviço prestado.
Por conta da suspeita de fraude, o UFMS interditou o estabelecimento na última segunda-feira (24).
Hoje, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, sendo uma no campus da UFMS em Três Lagoas e, outro, na casa de um dos investigados, também naquele município. Foram apreendidos computadores, celulares e um carro. As ordens judiciais foram expedidas pela 3ª Vara Federal de Campo Grande.
Segundo a PF, a investigação começou no dia 24, quando a UFMS encaminhou ofício aos federais informando a suspensão do contrato administrativo por suspeita de fraude e desvio de recursos públicos, o que levou ao fechamento do restaurante universitário.
Depois do ofício, a PF e o MPF (Ministério Público Federal) apresentaram representação conjunta pela expedição dos mandados de busca e apreensão para evitar a destruição de provas pelos investigados.
Entre os vídeos que foram anexados na investigação, encaminhados pela UFMS, consta um que mostra a ação no refeitório. Mesmo após o encerramento das atividades do dia, ainda continuava a ser registrada a disponibilização de várias refeições, como se ainda tivesse aluno no local.
O intuito, conforme nota da PF, era superfaturar o contrato administrativo e aumentar ilicitamente o lucro obtido, por meio de apropriação indevida das verbas da UFMS. As investigações apontam que todos os dias, após o fechamento do RU, os envolvidos passavam cerca de 100 carteirinhas, simulando que alunos tinham consumido as refeições.
A PF não divulgou como eles teriam acesso a essas carteirinhas e como isso era simulado.
A repercussão da suspeita se estende a outros atos da universidade. A assessoria jurídica recomendou que a UFMS suspenda processo licitatório em curso para contratação de empresas fornecedoras para os restaurantes universitários de Campo Grande, Três Lagoas, Corumbá e Aquidauana, uma vez que a empresa estaria participando dos certames.
A UFMS informou que fará um procedimento para fornecer auxílio alimentação para quando começar o ano letivo, em 10 de março.
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