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Interior

Vítima deu nova chance a assassino um mês antes de ser morta, diz polícia

Delegado afirma que medida protetiva estava inativa; Aline pediu socorro nas horas anteriores ao ataque

Por Gabi Cenciarelli | 15/12/2025 14:05


RESUMO

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Aline Barreto da Silva, de 33 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido Marcelo Augusto Vinciguerra, de 31 anos, em Ribas do Rio Pardo. O crime ocorreu um mês após o casal reatar o relacionamento, que durou 12 anos e estava interrompido havia quatro. A vítima havia solicitado medida protetiva contra o agressor em abril. Horas antes do feminicídio, Aline chegou a pedir socorro à polícia após uma discussão. Ela foi esfaqueada três vezes e não resistiu aos ferimentos. Marcelo foi preso em flagrante e teve a prisão preventiva decretada. Este é o 39º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul em 2023.


Um mês antes de ser morta a facadas em Ribas do Rio Pardo, Aline Barreto da Silva, de 33 anos, havia retomado o relacionamento com o ex-marido, Marcelo Augusto Vinciguerra, de 31 anos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (15) pelo delegado titular do município, Felipe Braga, em vídeo divulgado pela Polícia Civil.

Segundo o delegado, Aline e Marcelo mantiveram um relacionamento por cerca de 12 anos e estavam separados havia 4 anos. Em abril deste ano, a vítima solicitou uma medida protetiva contra o ex-companheiro. No momento do crime, a decisão estava inativa porque Aline havia voltado a se relacionar com o agressor.

“Eles começaram a conversar novamente e reataram o relacionamento. Estavam juntos havia cerca de 1 mês”, afirmou o delegado. Ainda conforme a investigação, o casal vivia um histórico de brigas durante essas idas e vindas. A motivação do crime, segundo a Polícia Civil, teria sido ciúmes.

Vítima deu nova chance a assassino um mês antes de ser morta, diz polícia
Aline Barreto da Silva, vítima de feminicídio (Foto: Redes Sociais)

Em depoimento na delegacia, Marcelo Augusto Vinciguerra optou por permanecer em silêncio. Ele passou por audiência de custódia nesta segunda-feira (15) e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.
O crime - O feminicídio ocorreu na madrugada de domingo (14). Horas antes do ataque, Aline chegou a ligar para a Polícia Militar pedindo ajuda após uma discussão com o ex-marido. Uma equipe foi até o endereço informado, mas não encontrou nenhuma das partes. De acordo com o boletim de ocorrência, um morador relatou que a vítima havia deixado o local.

A família, no entanto, contesta a efetividade do atendimento policial. Em conversa com o Campo Grande News, a irmã da vítima, Bruna Barreto, afirmou que Aline ficou sem amparo mesmo após pedir socorro. “Meus pais que a encontraram e levaram ela para o hospital. A polícia não foi quando ela ligou. Foi muita negligência”, disse.

Vítima deu nova chance a assassino um mês antes de ser morta, diz polícia
Suspeito de feminicídio passou por audiência de custódia e vai continuar preso (Foto: Redes Sociais)

Durante a madrugada, Aline foi esfaqueada e sofreu três golpes de faca, dois no tórax e um superficial na perna esquerda. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao hospital da cidade, mas teve o estado de saúde considerado grave, com suspeita de pneumotórax, segundo a médica plantonista. Apesar dos esforços da equipe médica, a vítima não resistiu aos ferimentos e morreu.

Marcelo foi preso em flagrante pela Polícia Militar em frente à residência após o crime. Próximo a ele, os policiais encontraram uma faca com cerca de 30 centímetros de lâmina apontada como a arma utilizada no ataque. O caso foi registrado como feminicídio no contexto de violência doméstica e familiar.

Histórico de violência – Segundo a irmã, o comportamento agressivo do autor não era recente. “Ele sempre foi muito agressivo e muito ciumento. Ela já denunciou ele várias vezes. Que eu saiba, pelo menos três vezes ela prestou queixa”, relatou Bruna. Ainda conforme a família, mesmo durante períodos de afastamento, os conflitos e a perseguição continuaram.

Vítima deu nova chance a assassino um mês antes de ser morta, diz polícia
Faaca utilizada no crime que tirou a vida de Aline (Foto: Divulgação)

O delegado também informou que o casal tinha três filhos menores de idade. A Polícia Civil representou pela prisão preventiva do autor, que passou por audiência de custódia nesta segunda-feira (15). As investigações seguem para o completo esclarecimento dos fatos.

Aline é a 39ª vítima de feminicídio registrada em Mato Grosso do Sul em 2025. Este já é o terceiro pior ano desde a criação da Lei do Feminicídio em 2015, atrás apenas de 2020, com 40 casos, e 2022, com 44.

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