Ressaca: por que há pessoas imunes e em outras dura dias?

A ressaca é um fenômeno relativamente desconhecido para a ciência. Há poucos financiamentos, ainda que pese a importância desse estudo para pessoas que trabalham na aviação, no transporte marítimo e terrestre, além de usinas nucleares. Mas seus castigos são arbitrários. Há pessoas que nada sentem depois de uma noite de altíssimo consumo de bebidas alcoólicas e, para outros, ela pode durar até dois dias.

A hipótese mais aceita.

Para todas as bebidas, a hipótese mais aceita é a de o álcool, quando decomposto vira outra substância chamada “acetaldeído”. Isso é uma “bomba no corpo”, é extremamente tóxico. Os cientistas não estão, todavia, seguros dessa tese. Parece que além de uma inflamação cerebral, há alterações mitocondriais severas. As mitocôndrias, como todos sabem, são os organismos que produzem energia nas células. Se as mitocôndrias não funcionam bem, todo o sistema corporal vem abaixo. É desse quadro que resulta o mal-estar geral, as dores estomacais, a desidratação, as dores de cabeça, a fadiga, as alterações do sono e a ressaca emocional. Essa última, ao contrário do que muitos pensam, não é um mito.

Como explicar que 23% não sofre ressaca.

A universidade de Boston fez seis pesquisas sobre a ressaca. Esperavam certa variação, mas ficaram surpresos com os 23% das 600 pessoas testadas nada sentirem depois de uma noite de consumo elevado de álcool. “Inclusive realizamos um estudo genético exploratório para avaliar se poderia haver uma base genética para esta estranha resistência”, afirmam os cientistas de Boston. Mas também dizem que os resultados não são conclusivos.

Sistema imunitário explica os sintomas severos?

A hipótese que vem sendo trabalhada para explicar as pessoas que tem ressaca severa, mesmo com pequeno consumo alcoólico, está relacionada com o sistema imunitário. Seria ele que, para defender-se, pode exacerbar-se e prolongar a sensação geral do mal-estar.

Ressaca de cerveja e ressaca de vinho.

Não encontrei estudos sobre ressaca de destilados. Mas há pesquisas sobre a de cervejas e de vinhos. Para as ressacas ocasionadas por cerveja, a explicação seria que há pessoas com maior sensibilidade à levedura. Para a do vinho, a sensibilidade elevada seria para com os sulfitos dessas bebidas.

Velho tem ressaca mais forte?

Em todas os estudos ficou evidente que a idade e o sexo nada tem a ver com a ressaca. A ideia que praticamente todos os cientistas faziam é a de que os mais idosos teriam ressacas mais severas. Com os anos, o fígado processa pior o álcool e custa mais a metabolizá-lo. Estranhamente, as pesquisas não detectarem essa influência. A explicação que estão dando é: “o aumento da experiência com o álcool, pode ser associado a uma maior tolerância aguda ao mesmo”.

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