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Economia

Carne moída vira opção para tentar driblar aumento de 8,6% em um mês

O preço do quilo saiu de R$ 35,72 para R$ 38,80, segundo o Dieese

Por Izabela Cavalcanti e Clara Farias | 07/11/2024 12:47
Carnes dentro de freezer expositor de supermercado de Campo Grande (Foto: Clara Farias)
Carnes dentro de freezer expositor de supermercado de Campo Grande (Foto: Clara Farias)

A alta no preço da carne bovina já está sendo sentida pelos consumidores de Campo Grande, que estão até tentando substituir por outros tipos de proteína para tentar driblar os gastos. Se comparar setembro e outubro, o aumento foi de 8,62%.

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O preço da carne bovina em Campo Grande aumentou significativamente nos últimos meses, com consumidores relatando um aumento de até 15% no preço da alcatra. O Dieese aponta uma variação de 2,28% no preço do quilo da carne de janeiro a outubro deste ano, impulsionada por fatores como a estiagem e o ciclo pecuário. Para driblar os gastos, consumidores têm buscado alternativas como carne de segunda, frango e ovo, enquanto o preço da arroba do boi também registrou um aumento de 13,57% em outubro.

De acordo com dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de janeiro a outubro deste ano, a variação foi de R$ 3,36 (9,48%) na Capital, saindo de R$ 35,44 para R$ 38,80 o quilo. Em setembro estava custando R$ 35,72.

Em outubro de 2019, o quilo da carne estava R$ 20,36; em 2020, R$ 30,99; em 2021, R$ 40,27; em 2022, R$ 39,63; e no ano passado, o quilo da carne estava R$ 34,77.

Tabela de preço médio do quilo da carne, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Dieese)
Tabela de preço médio do quilo da carne, em Campo Grande (Foto: Divulgação/Dieese)

O aposentado, Carlos Antônio Soares Teixeira, de 66 anos, relata que percebeu aumento de, pelo menos, 15% na alcatra.

“Eu percebi bastante desde outubro, no começo de outubro para cá. A carne que eu mais consumo é língua de vaca, a carne de primeira é a alcatra, que teve aumento médio de no mínimo 15%”, disse.

Carlos Antônio sentado em ponto de ônibus, dando entrevista sobre o preço da carne (Foto: Clara Farias)
Carlos Antônio sentado em ponto de ônibus, dando entrevista sobre o preço da carne (Foto: Clara Farias)

Para tentar driblar o preço, ele destaca que tem comprado outros tipos de carne. “Estou comendo menos. Também comecei a comprar carne de segunda para cozinhar, comprar carne de segunda, músculo, uma paleta e mando moer, e tento inovar com frango, ovo para ficar baratinho”, completou.

O atendente William Alves, de 28 anos, conta que tem percebido o aumento há 1 mês. “Neste mês aumentou mesmo, estamos comprando até mais a carne branca em casa. A gente compra carne moída mais barata, costela, miolo de agulha, deu uma diminuída, agora, compramos mais frango, carne de porco.

Willian diz que percebeu aumento da carne bovina há 1 mês (Foto: Clara Farias)
Willian diz que percebeu aumento da carne bovina há 1 mês (Foto: Clara Farias)

Causas do aumento – A economista do Dieese, Andreia Ferreira, relaciona o aumento com as questões climáticas e ao ciclo pecuário.

“A estiagem que persistiu em outubro, somada aos poucos animais disponíveis para abate entre os animais confinados, ajudam a entender essa alta. Mas não é um processo de agora, até porque, há um tempo para criação do animal até o abate, o tempo médio pode levar de 3 a 3 anos e meio, e a carne só pode ser congelada por 12 meses, no máximo, e nos açougues também há um tempo para armazenamento em segurança da carne. Essa preocupação também ajuda a entender os dias de promoções específicas da carne”, pontuou.

Conforme informação da Famasul, a cotação da arroba do boi, nesta quinta-feira, está R$ 309,50. Já no dia 7 de outubro estava custando R$ 272,50. Ou seja, a arroba teve aumento de 13,57%.

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